CAVALEIROS DO TEMPLO


Este blog tem como objetivo único, cooperar em leituras e estudos voltados para o segmento Maçônico, com textos de diversos autores e abordagens diferentes para um único tema.

Por Yrapoan Machado






terça-feira, 20 de setembro de 2011

QUEM É O SUBSTITUTO IMEDIATO DO VENERÁVEL MESTRE?

Recentemente em um bate papo informal com alguns Irmãos surgiu este questionamento: Quem é o substituto imediato do Venerável Mestre? Prontamente alguns Irmãos responderam: o substituto imediato do Venerável Mestre é o Irmão 1° Vigilante. Na falta deste o Irmão 2° Vigilante.A maioria dos Irmãos presentes concordou com a afirmação feita, porém, um Irmão Decano, que atentamente ouvia as respostas, em determinado momento disse: "O substituto imediato do Venerável Mestre deve ser um Irmão Mestre Instalado".Bem, a partir da afirmação do Irmão Decano gerou-se uma serie de duvidas e perguntas: E se o Irmão 1° Vigilante não for Instalado? E se o Irmão 2° Vigilante também não for Instalado? Quem assume a direção dos trabalhos? A única maneira de encontrarmos respostas a estas perguntas é a busca através de pesquisas, senão vejamos:
 
Para se chegar até a cadeira de Venerável Mestre é necessário que o Mestre Maçom passe do Ocidente para o Oriente. “O caminho que deveis trilhar para atingirdes o domínio de vos mesmo, é pelo trabalho e pela observação ¹”. Primeiramente precisa subir os quatro degraus que separam o Ocidente do Oriente sendo eles: Força, Trabalho, Ciência e Virtude. Alcançado estas virtudes o Irmão que pretende chegar à cadeira do Venerável Mestre, ou o trono do Venerável, ou o trono da Sabedoria, deverá subir mais três degraus, sendo eles: Pureza, Luz e Verdade. Assim, se procedendo, o Irmão é conduzido e devidamente Instalado através de Ritual apropriado no trono da Sabedoria, o lugar que lhe compete em Loja.
Lembrando que Mestre Instalado não é grau, e sim, uma Classe de Maçons. Em seu trabalho intitulado "Mestre Instalado é Grau?", o Ilustre Irmão Amilcar Silva Júnior nos diz: "...pelo que entendo, é evidente que Mestre Instalado não é grau. Nem simbólico nem filosófico". É um direito e um privilegio do Venerável Mestre de instalar seu sucessor. Diz o Irmão Kurt Max Hauser - P.·. G.·. M.·. da  M.·. R.·. G.·. L.·. M.·. E.·. R.·. G.·. S.·., em seu trabalho intitulado "Ritos Maçônicos": " Nenhuma outra autoridade, incluindo o Grão Mestre, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados, pode praticar tais cerimonias, sem atentar contra este direito e contra a independência e autoridade da Loja". 
É um direito e privilégio do Venerável Mestre de outorgar graus. Somente o Mestre Instalado tem direito e privilegio de outorgar os graus simbólicos. Na cerimônia de Iniciação após o Neófito Ter recebido a Luz, o Venerável Mestre que foi instituído na Classe de Mestre Instalado, segurando a espada recebe e constitui o Neófito a condição de Aprendiz Maçom e membro da Oficina. Assim, deverá ser usada a mesma formula para a cerimônia de Elevação e Exaltação, conforme determina o Ritual do grau. Toda sessão Maçônica deverá ser dirigida por um presidente. O Presidente de uma Loja Maçônica é o Obreiro que pela vontade dos Irmãos foi eleito Presidente da Oficina e devidamente Instalado através de Ritual apropriado no trono da Sabedoria.
 
O 1° vice-presidente de uma Loja Maçônica é o Irmão 1° Vigilante sendo o Irmão 2° Vigilante o 2° vice-presidente, ambos eleitos pela vontade dos Irmãos. Verifica-se então que na ausência do Venerável Mestre o substituto imediato é o Irmão 1° Vigilante (1° vice-presidente). Na ausência do Venerável Mestre e do 1° Vigilante, o substituto imediato é o Irmão 2° Vigilante (2° vice-presidente). Este procedimento se dará em qualquer sessão, mesmo que seja a de Iniciação, Elevação e Exaltação. Os Irmãos 1° Vigilante (1° vice-presidente) e o Irmão 2° Vigilante (2° vice-presidente) são os substitutos legais do Presidente.
Na sessão de Iniciação os substitutos legais do Venerável Mestre no momento da "sagração" se não pertencerem a "Classe de Mestre Instalado", "não poderão sagrá-los", ou seja, não poderá receber o Neófito a condição de Aprendiz Maçom. Deverá o substituto legal solicitar ao “Irmão Mestre Instalado" presente a sessão que neste momento, segurando a espada receba e constitua o Neófito a condição de Aprendiz Maçom e membro da Oficina. O mesmo procedimento deverá ser feito nas sessões de Elevação e ou Exaltação. Poderão os substitutos legais do Venerável Mestre, achando-se que estão impedidos de dirigirem a sessão magna, por não pertencerem a Classe de Mestre Instalado, solicitar ao antigo Venerável Mestre que dirija os trabalhos ou ainda solicitar a algum Irmão Mestre Instalado presente a sessão que dirija os trabalhos. Conclui-se então que na ausência do Venerável Mestre o substituto imediato e que deve assumir os trabalhos é o 1° Vigilante (1° vice-presidente), e na ausência de ambos quem deve assumir os trabalhos é o segundo substituto imediato, o Irmão 2° Vigilante (2° vice-presidente). Porém se os Irmãos substitutos não pertencerem a Classe de Mestre Instalado não poderão em hipótese alguma receber e constituir Maçons.

BIBLIOGRAFIA
Esta Peça de Arquitetura, foi extraida do Portal Maçônico e pertence ao Irm. Antônio Carlos Rios Da Academia Maçônica de Letras de MS  Cadeira nº 19 Fundador da  A R L S Expansão da Luz Nº 35 
G O M S- C O M A B

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O PASSO LATERAL DA MARCHA DE COMPANHEIRO

 
 A Marcha é uma técnica adotada nos três Graus Simbólicos. Como recém-elevados ao Grau de Comp.’.Maç.’., a Sublime Instituição abriu-nos uma porta a mais para ser explorada através dos estudos. E, estudando, notamos pequenas diferenças ritualísticas entre as diversas Potências, mas não nos esqueçamos que todos somos Maçons e, como tais, temos como meta final o mesmo resultado moral, ou seja, a construção de nosso Templo Interior para a Glória do G.’.A.’.D.’.U.’., não importando a Potência à qual pertençamos.Enquanto AApr.’.MMaç.’., ainda sem sabermos ler e nem escrever, somente soletrar, obrigatoriamente temos que ser guiados e orientados por nossos MM.’. na luta e na perseverança em nosso caminhar na senda da Perfeição, isto é, pelo caminho que nos leva das trevas à Luz, do Ocidente para o Oriente, do mundo objetivo dos sentidos para o mundo subjetivo do espírito. Este objetivo não é somente dos AApr.’. mas também dos CComp.’. e dos MM.’..                              
Sendo assim, nossos passos, sempre iniciados com o pé esquerdo, são obrigatoriamente retos e dirigidos, sempre na mesma direção, pelos IIr.’. mais experientes e compreende três passos de longitude desigual e proporcional a 3-4-5, lembrando o Teorema de Pitágoras e, a cada passo, juntando os pés em ângulo reto, em esquadria. Estes três passos simbolizam as três qualidades morais que caracterizam a conduta do Apr.’.:- Retidão, Decisão e Discernimento. Também simbolizam que o maçom deve andar sempre retamente, em busca da virtude e da perfeição. Como CComp.’., devemos sempre nos recordar de que tudo tem lógica e, portanto, a lógica é o caminho mais seguro que pode existir. Também temos que ter sempre em mente que devemos nos guiar a nós mesmos, uma vez que procuramos desenvolver o autodomínio. No Grau de Comp.’., a Marcha é a continuação do caminhar iniciado no grau anterior. É a Marcha do Apr.’. acrescida de mais dois passos.
Ao passarmos do Nível à Perpendicular, ou dos cuidados do 1o.Vig.’. para os do 2o.Vig.’., ou seja, da Coluna onde operávamos com Força para a Coluna onde iremos trabalhar com a Beleza, e sedentos por novos conhecimentos, deixamo-nos dominar pelos nossos devaneios:- Abandonamos a linha central trilhada enquanto AApr.’., dando o primeiro passo da marcha de Comp.’. em linha oblíqua para a direita ou para a esquerda, dependendo da Potência. Este passo lateral e oblíquo é realizado conduzido por nossa faculdade de criar e, assim, arriscamo-nos aos perigos do desconhecido. Por isso, este passo denomina-se de Imaginação. Saindo da trajetória a que estávamos obrigados enquanto AApr.’., significa que já podemos e devemos variar nossos caminhos em busca da Verdade. A Razão, vigia e controla constantemente os devaneios da criação, ou seja, da Imaginação.
                    
A Razão, que acompanha e reconduz a Imaginação de volta à realidade, sempre que esta se exceder, é simbolizada pelo pé direito que segue o esquerdo, formando uma esquadria. E é este pé esquerdo que dará  o segundo passo, em ângulo reto, denominado de Afetividade, retornando ao equador da Loja, demonstrando Obediência e Amor ao Trabalho. Neste passo do pé esquerdo, o direito o acompanha, simbolizando o regresso da Imaginação ao caminho inicial da Retidão, da Decisão e do Discernimento, evidenciado nos três passos iniciais. A esquadria formada ao terminar a marcha leva o nome de Razão, protetora da Inteligência. O primeiro passo oblíquo também poderia se denominar de Livre Arbítrio significando que não precisamos mais caminhar em linha reta, pois já adquirimos conhecimento, podendo sair da trajetória. O segundo passo seria o da Consciência, pois já conseguimos discernimento e, por conseguinte, sabemos voltar ao caminho da retidão quando nossa Razão assim ordenar. Isto demonstra que, quando nos desviamos da linha reta a que estávamos obrigados como AApr.’., é porque os nossos MM.’. já nos consideraram aptos a observar, procurar, experimentar e quantificar os métodos para assimilar e usufruir da filosofia contida e ensinada no Grau de Comp.’.. 
Como todo adolescente, sentimo-nos cheios de energia e totalmente independentes, auto-suficientes. Julgamo-nos possuidores dos conhecimentos, dos segredos e dos mistérios do caminho a ser percorrido e não levamos em conta as sábias orientações dos mais velhos e mais experientes que podem nos mostrar os atalhos para evitar passos desnecessários. Assim, através do livre-arbítrio de que somos dotados, abandonamos, impetuosamente, a linha central por onde até então trilhávamos e optamos por outros caminhos para chegarmos à Verdade, contrariando aqueles métodos impostos que nortearam nosso procedimento desde o início de nossa senda. Ao contrariarmos as regras seguidas até então, nós, os CComp.’., como adolescentes no caminho da Perfeição, não devemos ser reprimidos em nosso processo criativo nem tampouco doutrinados com teorias que determinem nosso progresso, mas orientados para tais teorias. É por isso que no Grau de Comp.’. há uma mudança no posicionamento das Três Luzes Emblemáticas, onde o Compasso, agora, está entrelaçado ao Esquadro, ou seja, uma perna do Compasso está livre do domínio moral do Esquadro simbolizando que nós, os CComp.’. já nos encontramos em condições de trilhar pelos caminhos da Verdade, em busca do saber, livre de preconceitos e de superstições. 
Os cinco passos do Comp.’.  também nos recordam a Conjugação dos Quinários:- De cinco anos é a idade do Comp.’.; os golpes de malhetes; as pancadas de bateria; os toques no sinal de reconhecimento. Cinco são as luzes que iluminam e cinco os pilares que sustentam a Loja de Comp.’.. De cinco viagens se compõe a elevação ao Grau. Quintessência é o quinto elemento. Quinta Ciência é a classificação da Geometria dentro das Sete Artes ou Ciências Liberais e, posicionada ao Meio Dia, a Estrela Rutilante  com suas cinco pontas a lembrar-nos que a Mente deve ser posta em Ação e Movimento, portanto, devemos Criar e Trabalhar com Sabedoria e Conhecimento!
Esta Peça de Arquitetura tem como finalidade um breve estudo sobre o tema "O Passo Lateral da Marcha de Comp.’.Maç.’.".



BIBLIOGRAFIA
Companheiro Maçom – Ir.’. Inácio Jorge Paulo Filho – Ed. Country
Curso de Maçonaria Simbólica – Companheiro – Theobaldo Varoli Filho – A Gazeta Maçônica
Grau de Companheiro e Seus mistérios – Jorge Adoum – Ed. Pensamento
Caminhos da Perfeição: O Companheiro – Walter de Oliveira Bariani – Ed. Maçônica A Trolha
Cartilha do Companheiro – José Castellani e Raimundo Rodrigues – Ed. Maçônica A Trolha



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