CAVALEIROS DO TEMPLO


Este blog tem como objetivo único, cooperar em leituras e estudos voltados para o segmento Maçônico, com textos de diversos autores e abordagens diferentes para um único tema.

Por Yrapoan Machado






segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MAÇONARIA, FAMÍLIA E A SOCIEDADE


Nenhum maçom, estará apto a executar propósitos tão elevados, como tornar feliz a humanidade, se não estiver perfeitamente harmonizado com os princípios e postulados maçônicos. O primeiro postulado diz: “Amar a Deus, a Pátria, a Família e a Humanidade”. O segundo complementa-o de forma peremptória: “Exigir de seus membros boa reputação moral, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes”. Note-se que tanto no primeiro como no segundo, a família merece destaque e vem antes da humanidade. Não é mera coincidência, é lógico e absolutamente essencial que assim seja. Entre todos os deveres de um maçom, a família é o maior e o mais importante de todo                                                           
A família é a célula primeira da Humanidade, seu berço, sua unidade fundamental. É em seu lar que o maçom deverá aplicar os princípios de amor ao próximo, da caridade e da tolerância, iniciando assim a construção de uma sociedade, mais equilibrada, igualitária e justa. O lar do maçom será, com toda certeza, o começo de uma humanidade perfeita. É sob o teto de uma família bem formada, tutelada pela orientação fornecida por nossa ordem, que o maçom conseguirá  transformar o mundo, tornando feliz a humanidade. Ao pinçar o candidato á nossa sublime instituição, observemos antes de qualquer outro predicado, seu comportamento diante de sua família. É claro que sua reputação moral, cívica e social são relevantes no processo de seleção, mas atenção especial á família do candidato deve ter peso significativo na escolha.
No mundo atual, a título de modernidade, prevalecem muitos valores de ordem material, frutos das “necessidades” criadas por inteligentes publicitários, que, através da mídia, nos levam ao consumismo desenfreado; contudo, nenhum bem material suplanta os valores de um lar harmônico e feliz. Na oficina humana, a matéria é transitória e todos os bens, na melhor das hipóteses, são transferidos para outras mãos, menos os ensinamentos e exemplos que modelam o caráter do homem. Durante nossos trabalhos, atendo ao que diz nosso irmão Chanceler, devemos indagar-nos: Quem é a Humanidade? Como torná-la feliz? Como eu posso ajudar?
                                                                              
- A Humanidade somos nós! A família é o grande templo a ser construído pelo homem maçom, sua grande pedra bruta a ser desbastada em primeiríssimo lugar, família esta onde ele, o maçom, é sua grande pedra angular, seu “Landmark” vivo”. Maçom será aquele homem que aprender a servir e a respeitar seu próximo mais próximo, sua própria família. Maçons existem que participam de inúmeras obras assistenciais e de promoção humana; dedicam-se incansavelmente aos preceitos da caridade. São irmãos reconhecidos em suas comunidades como verdadeiros apóstolos do bem, porém e lamentavelmente, não são raros os casos de delinqüentes e órfãos, nascidos em lares de abnegados cidadãos. O que será que saiu errado? Seria tal dedicação ao sofrimento alheio uma forma de fuga dos próprios problemas ou da sua família, por mais paradoxal que possa parecer.
O trabalho caritativo de um maçom é de suma importância para seu crescimento e evolução, mas de maneira alguma deve estar consagrado exclusivamente às entidades de filantropia, antes deve ter suas bases e raízes em seu lar. Para tornar feliz a humanidade, é primordial estarmos felizes e tornarmos felizes nossos familiares. É imperioso que pratiquemos em nossos lares a verdadeira lei do amor. Impossível e incoerente pensarmos macro (humanidade) sem antes pensarmos micro (nossa família). A família do maçom deve estar integrada com nossos princípios, não pode estar apartada dos nossos movimentos ou atividades sociais. A mulher do maçom jamais deve ser submissa ao extremo ou estar alheia ao seu convívio social. Tudo isso pode parecer “óbvio ululante”, contudo, as cunhadas “Amélias” pululam entre nós.
Quiçá toda loja possuísse uma fraternidade feminina ou cada cidade, Ordens Paramaçônica, onde nossas esposas, filhas e filhos pudessem integrar-se melhor à Maçonaria. É muito estranho observar o irmão que, falante e proativa em sua loja, adota postura taciturna e dialoga com sua família tão-somente por monossílabos! Há uma família, quando cônjuges e filhos vegetam debaixo do mesmo teto? Como querer ter a pretensão de tornar feliz a Humanidade? Irmãos com semelhante comportamento não compreenderam ou não estão dignificando em absoluto nada a nossa instituição. Sem qualquer traço de utopia, entendo que o lar de um verdadeiro maçom deve estar alicerçado em bases de ternura, de muita tolerância e amor. Em dias tão turbulentos e de profundas transformações como os atuais, o lar do maçom deve constituir-se em oásis de paz. Todos possuímos problemas, sejam eles no âmbito material, nas enfermidades, sejam nos desequilíbrios psíquicos e espirituais, todavia ninguém mais do que o maçom saberá disseminar a luz, a concórdia e a harmonia entre os seus.
Nessa breve reflexão sobre o maçom e sua família não há qualquer pretensão em aquilatar como deve ser, ou não, seu comportamento no seio da família, apenas chamá-lo à ponderação para que não entre em conflito consigo mesmo, ou seja, incoerente com nossos princípios. Ser iniciado na Maçonaria é uma coisa, tornar-se maçom é outra completamente diferente. É difícil e escarpado o caminho de um maçom em busca da perfeição. Apesar de explícito e muito claro em nossos rituais, é relevante relembrar que a Maçonaria não é um clube social ou de serviços, nem tampouco uma sociedade de ajuda mútua, daí a necessidade de o maçom compreender o que se faz em nossas oficinas. A Maçonaria não é uma instituição que visa dar !status”, poder ou privilégios a quem quer que seja.

No Evangelho de Lucas (13:24) temos algo que se encaixa bem á reflexão dos irmãos:
“...esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão...” O caminho da perfeição requer do maçom toda atenção e muito esforço, renovação constante e aprimoramento espiritual. A Maçonaria ensina e orienta o maçom a converter as dificuldades interpostas em seu caminho em preciosas oportunidades de trabalho a favor do seu crescimento espiritual. Nesse amplo contexto, nossos familiares desempenharão papel preponderante para nossa vitória e nosso sucesso enquanto maçons. O homem transformado e aperfeiçoado pela Maçonaria, transfere novos valores e novos conceitos à família.                                                      
Sua família, calcada nesses novos e nobres valores, passa a ser uma referência dentro da comunidade em que vive. Bons exemplos e boas referências são sementes de luz que dissipam as densas trevas que recobrem nossa sociedade. Uma sociedade melhor resultará em uma humanidade mais feliz e fraterna.

BIBLIOGRAFIA
Esta Peça de Arquitetura pertence ao Irmão José Pellegrino Neto, extraído do site http://www.formadoresdeopiniao.com.br

UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MAÇONARIA E ESPÍRITISMO: O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Neste artigo, tenho como objetivo refletir basicamente, sobre alguns princípios da Ordem Maçônica, bem como, aspectos da ciência espírita, apontando a proximidade histórica que envolve as duas instituições, evidenciando os mecanismos propulsores, que as mesmas oferecem, para o desenvolvimento moral do ser humano.
A Ordem Maçônica tem sua origem nas corporações de ofício da Idade Média, onde pedreiros- livres dedicavam-se a construção de Igrejas e catedrais, a partir dos conhecimentos que lhes eram inerentes. A instituição pode ser dividida em duas fases: a operativa, onde os membros trabalhavam materialmente, construindo os templos de forma especializada e especulativa, onde os membros passam a se dedicar e atuar no campo mental, das idéias. Ligando-se então a discussões filosóficas, a Maçonaria, desenvolve um arcabouço de idéias que busca as primeiras bases da moral e da ética. É uma instituição progressiva que acredita na imortalidade da alma, e em um principio criador. Incentiva a busca da verdade, sob a régua reguladora, da razão e da ciência. Tem como princípios a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Pretende que seus membros desenvolvam a virtude, progredindo incessantemente rumo à “Luz do Oriente”, lapidando seu espírito e elevando-se incessantemente.
 
A ciência espírita, nasce com o fenômeno das mesas girantes, no século XIX, ocorrido em lugares diversos. Como professor e intelectual, Allan Kardec, decide buscar explicações cientificas e racionais para aqueles acontecimentos. Abre-se então um leque de questões a serem estudadas e experimentadas, com o objetivo de desvendar o mundo espiritual. Surge a ciência espírita que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, e de suas relações com o mundo corporal. Na expressão do codificador: “ O espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam dessas mesmas relações.” 
Maçonaria e Espiritismo, ao longo da História, também acabam por se aproximar, em virtude da perseguição comum que as duas instituições sofreram no período absolutista, quando estes governos, estiveram diretamente atrelados a Igreja católica. A influência mútua que espíritas e maçons exercem entre si é constante desde o século XIX até os dias de hoje. Muitos espíritas compõem as fileiras maçônicas, e em uma mistura benéfica, estão eles, contribuindo para a evolução moral da humanidade. Obreiros em prol do descortinamento mental, que impede a sociedade de ligar-se aos verdadeiros princípios da existência humana. Entre os membros eminentes do movimento espírita no Brasil e no mundo, estão muitos maçons atuantes, entre eles: Leon Denis, Camille Flammarion; Viana de Carvalho; Quintino Bocaiúva; Julio César Leal, e muitos outros confrades de ideal.
Na Revista Espírita de abril de 1864, Kardec e seus pares, perguntam à espiritualidade:
              
“Que concurso pode o Espiritismo encontrar na franco-maçonaria?” Como resposta, obtém do mundo espiritual, a seguinte resposta: “Para cimentar essa instituição generosa, duas vezes derramei o meu sangue; duas vezes as praças públicas desta cidade ficaram tintas de sangue do pobre Jacques De Molay.  Assim, posso vir dizer-vos a minha opinião tocante ao Espiritismo e a franco-maçonaria. No século dezenove o espiritismo vem, com seu facho luminoso, dar a mão aos comendadores, aos rosacruzes e com voz trovejante lhe diz: Vamos meus irmãos; eu sou verdadeiramente a voz que se faz ouvir no Oriente e a qual o Ocidente responde: Glória, honra, vitória aos filho dos homens.!
Ainda alguns dias, e o Espiritismo terá transposto o muro que separa a maioria da parede do templo dos segredos; e nesse dia, a sociedade verá florescer no seu seio a mais bela flor espirita que, deixando suas pétalas caírem, dará uma semente regeneradora da verdadeira liberdade.
O Espiritismo fez progressos, mas no dia em que tiver dado a mão a franco-maçonaria, todas as dificuldades estarão vencidas, todo obstáculo retirado, a verdade estará esclarecida e o maior progresso moral será realizado e terá transposto os primeiros degraus do trono, onde em breve deverá reinar.” Jacques de Molay (Médium: Srta.Bréguet).” Diante do exposto, e como Espírita, integrante da Ordem Demolay e da Ordem Rosa Cruz, penso que podemos afirmar que Maçonaria e Espiritismo não se conflitam! Em muitos momentos da história do espiritismo no Brasil existe maçons apoiando o movimento espírita, cedendo suas Lojas Maçônicas para a realização de reuniões doutrinárias e apoiando politicamente a legalização do espiritismo junto ao Estado Brasileiro. Lembremos que somente após Constituição Brasileira de 1891 é que nosso País deixa de ter como religião oficial o Catolicismo e passa a tornar-se um estado laico. No âmbito regional a regra não se modifica, muitos maçons apóiam o movimento espírita, chegando a misturarem-se. No inicio do século XX, quando da fundação do Cento Espírita Esperança e Fé e do Hospital Allan Kardec, muitos maçons da Loja Maçônica Amor à Virtude e Independência III, apoiaram o movimento.

Concluindo nossa reflexão, Maçonaria e Espiritismo: um misto de oportunidades de aprendizados, caminhando na senda do conhecimento e conduzindo o ser humano à descoberta de suas próprias potencialidades; lapidando suas fraquezas, caminhando em direção dos propósitos do Pai Celestial, do Grande Arquiteto do Universo, do Mestre Jesus e de todos os benfeitores espirituais.

BIBLIOGRAFIA
Edgar Ajax dos Reis Filho
Presidente do Conselho Municipal da Juventude e Sênior DeMolay do Capitulo Juventude e União de Franca.


                                                                                   UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

OS PASSOS NA ÁRVORE DA VIDA

Irmanados, vivenciamos a maçonaria numa jornada de muitos mistérios Nesta jornada, muitas são as curiosidades que encontramos na busca pelo lapidar da pedra bruta, que somos nós. Como buscadores dos conhecimentos ocultos na Árvore da Vida (Kabbalah), somos reconhecidos, no sentido plural, como “Adão Kadmon”. Caminhamos seguindo em frente, em passos evolutivos, ora em direção à direita, ora em direção à esquerda,onde o buscador vai tomar da água do conhecimento. Observe, na fonte da sabedoria, a figura central do HEXAGRAMA (Estrela de David), mostrado na matéria, que combina-se em em múltiplas superposições com HEXÁGONOS, dando origem à Árvore da Vida.

Neste momento, pergunto aos irmãos se já questionaram o “POR QUE” de cada passo que damos na evolutiva ‘escada de Jacó’? Se não somos robôs, é mister que conheçamos nosso destino fraterno. Com liberdade, autodeterminação, e fraterna colaboração dos mestres, precisamos saber: Para ONDE vamos? COMO vamos? QUANDO vamos? Se o irmão ainda não fez estas perguntas a si próprio, sugiro buscar respostas na arquitetura da Árvore da Vida, passada há milênios a Moisés, pelo G:.A:.D:.U:.


Como Maçons precisamos conhecer desta fonte de conhecimentos, para levar a fraterna ajuda a todos os irmãos iniciantes. Quem já bebeu da água do conhecimento da Árvore da Vida? Vamos fazer uma introspecção e questionamento. Certamente você já percebeu que tudo na maçonaria é tratado simbolicamente. E o maior dos simbolismos está representado na figura das 10 SEPHIROTS (Árvore da Vida). Note que são 10, não são 20, nem 30, nem qualquer outro número. São 10 (dez) como 10 são os mandamentos também recebidos por Moisés.

Observe a figura da Árvore da Vida. Cada círculo tem um símbolo. São 10 círculos (sephirots). Cada círculo tem uma letra em hebraico e um som próprios, que os representam na “árvore” Para alcançar o conhecimento de cada Sephira (no singular), e de cada caminho é preciso buscar os mistérios ocultos. É preciso laborar, num plano árduo para meros curiosos. O que você já conhece destes conhecimentos? Na Árvore da Vida podemos encontrar as respostas para todas as perguntas. Como um Adão Aprendiz você está ainda no primeiro plano, o da TERRA, com os pés fincados no chão (Sephira Malkut). Dela você vislumbra 3 (três) sephirots, e três caminhos. Aqui são três os seus objetivos a trilhar. De Malkut, observe e reflita sobre a importância do número três. Somente após entender o “sigil” oculto em cada sephira e em cada caminho você estará apto a buscar outros objetivos.



E você meu irmão mestre. Já detém os conhecimentos dos mistérios ocultos nestes caminhos, assim como os daquelas sephirots onde terminam? Na maçonaria você os conheceu como ‘década maçônica”. Lembra-se? Como companheiro, e depois como mestre você vai trilhar outros caminhos. Você vai precisar dar outros passos. É importante você conhecer o ‘por que’ de cada passo. Você se contenta, mecanicamente, em dar os passos que lhe são informados? Se ‘sim’ para você, estás perdendo o melhor das vivências. È como andar de trem com as janelas fechadas. Você jamais curtirá a beleza da natureza e o esplendor da vida lá de fora, que lhe é oculta sob as vendas do desconhecimento e da ignorância.


Cada detalhe, cada passo que damos tem um sentido agregado. Tem um símbolo, tem um significado. Quem não sabe aonde vai, nunca saberá onde está, e corre o risco de não chegar a lugar algum!

BIBLIOGRAFIA 
Extraída do blog http://cabalamaconaria.blogspot.com






                                                                                   UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O SOL E A LUA


Apesar de a Maçonaria Regular requerer que os seus candidatos confirmem a sua crença em Deus, não aprofunda o sujeito, deixando a religião e a sua prática ao Maçon enquanto indivíduo. Isto é a Maçonaria pretende afirmar a crença num Deus, mas não forçosamente no Deus Cristão. A maçonaria possibilita aos homens de todas as raças credos ou religiões o acesso ao estudo dos princípios morais e filosóficos praticados pelos seus iniciados há centenas de anos. Ao entrar no templo pela primeira vez a minha atenção recaiu desde logo nos símbolos do Sol e da Lua. Veio-me à idéia o Templo do Sol e da Lua , locais de culto tão antigos como a noite dos tempos onde os homens prestavam homenagem aos Deuses, e logo de seguida o meu pensamento voou para o G.'. A.'. D.'. U.'. que vai guiando a humanidade. A Maçonaria não é uma religião, é um estado de alma, é um modo (para mim) gratificante de encarar a vida e o que me rodeia defendendo a existência de um Ser Supremo ou num Princípio Criador. Uma religião é algo de muito mais complexo, algo que implica detalhe, como a existência de um plano para salvação ou um caminho pelo qual se alcança uma recompensa depois da vida terrena. Implica também uma teologia que tenta descrever a natureza humana bem como o modo ou forma pela qual o homem comunica com o seu Deus. A Maçonaria não faz nenhuma dessas coisas. 
Abre e fecha os seus trabalhos com uma prece ensinando ao homem que deve reger também os seus empreendimentos no apoio espiritual do seu Eu divino. Mas não induz os homens a rezar ou o que devem pedir. Ao invés disso ensina de um modo subtil que cada um tem que achar as suas respostas para as suas grandes perguntas na sua própria fé, na sua igreja, sinagoga ou outro templo religioso. Vejo a Maçonaria como uma organização fraternal que tem como princípio básico a união entre irmãos, a prática da caridade e da inter-ajuda para além da busca da Verdade.Há um ditado que diz: "A Maçonaria escolhe homens de bem e faz deles homens ainda melhores".
É normal dizer-se que os homens são o produto do meio que freqüentam. A Maçonaria oferece a cada um dos seus membros a oportunidade de conviver regularmente com homens de bom carácter, o que reforça o seu próprio desenvolvimento pessoal e moral. A garantia dessa fraternal convivência é conseguida evitando discussões político-partidárias ou religioso-sectárias, assuntos, que têm dividido os homens ao longo da história.
O Sol é a Luz. A luz é Vida, e as irradiações entre a Luz e as Trevas transcendem a compreensão humana. Para muitos povos, o Sol é um dos símbolos mais importantes, sendo até venerado como um Deus. Tornou-se também a imagem simbólica da ressurreição e, de, modo geral, de um novo começo.
Na Alquimia ele corresponde ao Ouro. Na simbologia maçônica o Sol encarna o espírito imutável, o ouro imaterial. Na maioria dos Templos ele é representado a oriente onde o mestre da loja dirige os trabalhos. A  palavra franco-maçonaria deriva do antigo egípcio Phre (Sol) e Mas (Luz), ou filho do Fogo e da Luz. A Lua desempenha um papel significativo no pensamento simbólico, mágico e religioso da maioria dos povos. Ao contrário do Sol, um astro de luz própria quase sempre interpretado como masculino e associado ao princípio Yang, a Lua aparece geralmente como símbolo feminino, do suave, do que necessita de apoio e ligada ao princípio Yin. Ela é o símbolo da transformação e do crescimento. A Lua é um símbolo dos ritmos biológicos. A Lua é também o primeiro morto. Durante três noites, e em cada mês lunar, ela está como morta, desapareceu... Depois reaparece e cresce em brilho.
A Lua é para o homem o símbolo desta passagem da vida à morte, da morte à vida; é considerada, por muitos povos, como lugar desta passagem, a exemplo dos lugares subterrâneos. É por isso que numerosas divindades lunares são ao mesmo tempo ctonianas e funerárias. A viagem à Lua ou até mesmo a vida imortal, segundo certas crenças, é privilegio de soberanos, heróis, iniciados, e mágicos. No paganismo o Sol e a Lua aparecem como o Deus e a Deusa, Cerridwen e Kernunnos, Endovelicus e Ategina. A Lua é um símbolo do conhecimento indireto discursivo, progressivo, frio. Evoca metaforicamente a beleza e também a luz refletida na imensidade tenebrosa. Os antigos alquimistas conheciam a influência da Lua nas marés. Referiam-se aos anjos lunares como sendo o sal.
Sabiam que, para a mente desempenhar as suas funções, era necessária a presença de uma certa quantidade de sal no sangue. Por esse motivo os alquimistas relacionavam a Lua (e os líquidos) com a mente. O Sol e a Lua, representam também na simbologia maçônica a Luz e o seu reflexo, a atividade da vontade e o lado imaginativo do ser humano. Assim presença do sol a Oriente no templo e da Lua a ocidente relembra também ao iniciado o caminho que devemos percorrer: das trevas em direção à Luz. Este renascer constante, a partir da morte simbólica, no caminho que vai das trevas à luz, pode ser associado às sucessivas mortes e ressurreições da natureza, retratada do ciclo imutável do Reino Vegetal.                                                       
A palavra VITRIOL dos alquimistas rosacrucianos, «Visita o interior da terra, rectificando encontrarás a Pedra oculta», alude a procura da pedra filosofal Alquímica, num convite à introspecção, à procura do Eu interior, como a expressão inscrita no frontispício do Templo de Apolo em Delfos: Nosce te ipsum (Conhece-te a ti mesmo). A Pedra deve ser entendida em sentido amplo (o que não exclui o da Alquimia física), como a matéria (interior e exterior) que passa de pedra bruta a pedra cúbica, após a sua transformação pela Arte. Esta descida às profundezas da terra é um tema iniciático comum a muitas tradições, como a Egípcia à Grega, e a Maçônica (onde a câmara de reflexões é um lugar subterrâneo onde se morre para o mundo profano).é este ciclo mostrado pelo Sol e a Lua, que simboliza todo o aperfeiçoamento do candidato, desde o momento em que ele é encerrado na Câmara de Reflexão, até que, como iniciado, percorre o caminho do conhecimento, que o leva à visão da luz total, também simbolizada pelo Sol, no Oriente. A Trilogia dialética Sol Lua culmina com o Espírito Superior, Deus o Arquitecto, aquele que encontra o equilíbrio entre os opostos. Quem seguisse o Caminho do Artífice teria de fazer algo mais. Deveria lembrar-se que estava a construir o templo de Deus. Um edifício em consciência, onde ele mesmo é uma pedra individual e única. Com o tempo, cada ser humano polirá a sua pedra e a colocará no Templo, completando-o.
                                                                    
"Os Antigos Mistérios não deixaram de existir quando o Cristianismo se tornou uma das religiões mais poderosas no mundo. O grande Pan não deixou de existir, e a Maçonaria é a prova da sua sobrevivência. Os Mistérios pré-cristãos assumiram, simplesmente, o simbolismo desta nova fé, perpetuados por meio dos seus símbolos e alegorias; as mesmas verdades que conhecidas pelos sábios desde o princípio do mundo. Não há, portanto, uma verdadeira explicação que reúna um total concenso para o facto de símbolos cristãos encerrarem em si o que é escondido pela filosofia pagã. Sem as misteriosas chaves transportadas pelos líderes dos cultos egípcio, brâmane e persa, os portais da Sabedoria não poderiam ser abertos." - Manly P. Hall, Masonic, Hermetic, Quabbalistic & Rosicrucian Symbolical Philosophy. Cada um dos seres animados deste mundo recebe a sua vida e atividades do poder do espírito. Os elementos grosseiros estão regidos pelos mais subtis, e estes, por sua vez, por outros que os ultrapassam em subtileza, até se chegar ao poder puramente espiritual e divino. Deste modo, Deus influi em tudo o que governa. O homem possui um germe de poder que, desenvolvido, pode converter-se em árvore de admiráveis frutos; mas este germe só pode desenvolver-se pela influência do calor radiante do centro incandescente do grande sol espiritual; e na mesma proporção em que nos aproximamos da Luz, recebemos também este calor.
É inútil meditar sobre pontos místicos que se encontram para além do nosso horizonte mental. É inútil o intento de penetrar nos mistérios espirituais, antes que nos tenhamos espiritualizado. O conhecimento prático pressupõe prática e só pode ser adquirido por meio dela. Para obter poder espiritual é necessário praticar as virtudes espirituais da fé, esperança e caridade. Encontrar o Sol e a Lua dentro do nosso próprio templo é criar condições de uma nova vida, encontrar um novo caminho como aquele hoje percorro desde o momento em que fui levado para câmara da reflexão e trazido de novo para a luz.
Bibliografia
Texto extraído do site www.maconaria.net da Casa Maçônica de Lisboa
UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO

AS RAIZES DO ANTI-MAÇONISMO

A Maçonaria foi e é perseguida pelos governos totalitários e diversas ordens religiosas. É acusada de subversão à ordem pública e culto ao demônio. O anti-maçonismo é antigo, singular e fantasioso e há muito é público. Na História surgiram poderosos detratores da Ordem Maçônica, imbuídos de preconceitos dissimulados, aproveitando-se do nível de ignorância e crendices, como meio de gerar adeptos às suas inverdades. O método antigo, mas que infelizmente ainda existente.

O anti-maçonismo religioso.


Sustentam os anti-maçons religiosos, que a tolerância religiosa é incompatível com a respectiva doutrina. Outros, sob alegação de combate ao "culto às imagens", acusam a maçonaria de culto a símbolos demoníacos. Mas, o pano de fundo do anti-maçonismo religioso surge com o anglicanismo. Henrique VIII, rei da Inglaterra, desobedece o papa e divorcia-se de sua primeira mulher, casando-se com Ana Bolena, sendo excomungado. Posteriormente, em 1534, numa disputa de poder com o Papa, o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igreja anglicana. A Maçonaria especulativa sempre foi aceita pelo catolicismo. Tanto é que eram os maçons operativos quem construíam as antigas Igrejas e Catedrais, adornadas com inúmeros símbolos maçônicos.

Posteriormente, de iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers surge a Grande Loja da Inglaterra. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. Criava-se um sistema de regularidade para a Maçonaria e só quem fosse reconhecido pela Grande Loja da Inglaterra pudesse ser considerado maçom regular. Para tanto era preciso ter como princípio, dentre outros, a tolerância religiosa. Por isso mesmo, o conflito entre anglicanos e católicos, num movimento de contra-reforma da Igreja Católica, fez com que a intolerância religiosa transpirasse para a Maçonaria. Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII condenou abertamente a maçonaria pela primeira vez (encíclica In Eminenti). A partir dessa palavra oficial da Igreja, foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria. A questão se agravou com o movimento da Reunificação da Itália (período que foi de 1848-1870). O governo da Itália estava fragmentado e dividido entre bispos católicos, que eram proprietários de grandes propriedades de terras. Esse governo se via envolvido em escândalos e corrupção, e se sustentava explorando o misticismo medieval e no fundamentalismo religioso.
O movimento iluminista que combatia o misticismo, aproveitando-se do segredo e sigilo maçônico, reunindo-se em segredo nas Lojas Maçônicas, coordenou uma verdadeira revolução que retomou as propriedades das mãos da Igreja, destacando-se dentre eles Giuseppe Garibaldi, que dedicou sua vida à luta contra a tirania. Esse episódio despertou o ódio do clero católico contra a maçonaria, a ponto do papa Leão XIII (1846), redigir a encíclica HUMANUM GENUS, dizendo: "a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra" e que "a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias", estimulando "o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças".

O anti-maçonismo político.
                                                                                   
Conhecedores da história e da participação da Maçonaria no processo da Reunificação da Itália, inúmeros os governantes, tanto de direta quanto de esquerda, se tornaram anti-maçons. O caráter discreto e sigiloso das reuniões maçônicas causou sempre o temor da "conspiração" e "subversão política" e estimulou a fantasia popular acerca do "culto ao demônio".Essas sempre foram as acusações dissimuladas de seus perseguidores, aproveitando-se da ignorância de muitos e da crendice popular. Todavia, os ideais maçônicos de liberdade de expressão do pensamento e a liberdade de crença religiosa, sempre foram os reais motivos pelos de sua perseguição e de seus membros. Com a expansão do comunismo no início do século XIX, a maçonaria foi proibida na Rússia (1917) e na Hungria (1919). A reação ao comunismo fez surgir o nazismo e fascismo, que também proibiram a Maçonaria (Mussolini na Itália-1925, Hitler na Alemanha-1933, Salazar em Portugal - 1935, Getúlio Vargas - Brasil, 1937, Franco na Espanha-1940). General Francisco Franco, ditador espanhol, decretou em 1940, todos Maçons de seu país estavam condenados a 10 anos de prisão.

Joseph Goebbels, ministro da propaganda regime nazista, inaugurou em 1937 uma "Campanha Anti-Maçônica", sob alegação de as Lojas Maçônicas estavam impregnadas de judaísmo. Outro apóstolo nazista, Alfred Rosenberg, exaltando a superioridade da raça alemã, acusou a Maçonaria de disseminadora da idéia de igualdade. Os maçons sempre ignoraram seus detratores achando que o silêncio era a melhor arma. Lamentavelmente esse silencio muitas vezes foi usado contra a Fraternidade. Durante Segunda Guerra Mundial, as tropas nazistas que ocuparam a Bélgica, pilhariam as Loja Maçônicas e destruíram o que eles não puderam roubar. Entre os reféns tomados nos povoados, na média 15%, eram Maçons, que era uma proporção enorme consideram isso há só um Maçom a cada mil habitantes em Bélgica! (Revista de Philalethes, 1947 de maio)
Conclusão.
                                                                              
Dois fatos determinaram a ruptura entre a Igreja e a Maçonaria, dando origem ao anti-maçonismo. O primeiro foi a disputa política entre o papa e o rei da Inglaterra (século XVIII), o segundo a disputa de terras entre bispos católicos e italianos (Século XIX). Maçons envolvidos nesses dois episódios determinaram a ruptura entre a Maçonaria e a Igreja Católica. Nem o anti-maçonismo religioso, nem o político foram capazes de acabar com a Maçonaria. Mesmo perseguida, a influência da maçonaria na história tem sido grande. Hoje são cerca de 6 milhões de maçons, em mais de 164 países, sendo cerca de 150 mil no Brasil. Há grande quantidade de parlamentares, altos funcionários do governo, líderes religiosos, muitos empresários e membros de outras elites. Vivemos atualmente um regime democrático, e por isso, a Maçonaria sobrevive abertamente. Por exemplo, na inauguração do novo Palácio Maçônico de Brasília do Grande Oriente do Brasil, compareceram 120 parlamentares, além do então Ministro da justiça, Maurício Correia.
Mas o anti-maçonismo não desiste. Além do anti-maçonismo religioso e político, uma nova ordem de anti-maçons surge no sistema democrático: o anti-maçom degenerado. Esse grupo é composto pelos descontentes com resultados políticos ou jurisdicionais e quando vencidos em suas pretensões, como último recurso, acusam as autoridades de favorecimento maçônico. Polemizam o ingresso de juízes, delegados, políticos e outras autoridades na maçonaria, argumentando que a fraternidade se incompatibiliza com tais cargos, que requerem imparcialidade, mas a maçonaria pressupõe o favorecimento, a parcialidade.
É verdade que o maçom tem o dever de socorrer todos os necessitados, especialmente membros da fraternidade. Isso não pode ser confundido com favoritismo, pois esse dever significa dever de caridade para com o próximo. Antes de tudo, o Maçom faz juramento solene de obedecer as leis, agir sempre com ética e com os bons costumes, amar a família e defender a pátria com a própria vida. A corrupção permeia todas as instituições sejam religiosas, políticas ou associativas e necessita ser combatida. Isso porque a corrupção é vício humano, tão combatido pela maçonaria. Apesar disso, a maçonaria não está imune a ela. Todavia, possui mecanismos de se livrar dos corruptos e desonestos. Consta das normas internas, que aquele que estiver envolvido em corrupção ou desonestidade, será processado internamente, previsto como pena, a exclusão da ordem, com sua inscrição no "Livro Negro", impedindo definitivamente seu retorno.
BIBLIOGRAFIA
Texto enviado por nosso Venrável Mestre Ailton Oliveira e
extraido do site www.construtoresdavirtude.com.br

UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO


A ROSA CELESTIAL DA MAÇONARIA


Rosa-cruz é denominação da fraternidade filosófica, que, de acordo com a tradição mais em voga, teria sido fundada por Christian Rosenkreuz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média. Harvey Spencer Lewis pretende, todavia, que rosenkreuz tenha sido, simplesmente, um renovador, já que a instituição remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Amenophis IV. O rosacucianos, tem aceitado essa hipótese falseando, lamentavelmente a verdade histórica, pois, na realidade, essa fraternidade nasceu no período medieval, embora apresentando, em sua ritualística, muito do misticismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria (muitos maçons também querem fazer crer que a Ordem Maçônica é antiquíssima e já existia no Antigo Egito e na Pérsia, o que é, verdadeiramente, uma heresia histórica).
O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A primeira menção histórica da ordem data de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado “Fama Fraternitatis”, onde são contadas as viagens do alemão Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados.
  



A Ordem nas Américas                 
Harvey Spencer Lewis foi à  pessoa que reativou a AMORC na América do Norte, no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, onde algumas pessoas que se destacaram como Benjamim Franklin teriam pertencido à mesma. Na ocasião a Ordem era ativa em alguns países da Europa, como França e Alemanha, mas com rituais diferenciados. Harvey Spencer Lewis ao trazer a AMORC para a América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as ordens no mundo, cuja essência fosse a mesma. A introdução do estudo à distância permitiu a rápida proliferação da AMORC e em 1915 ele tornou-se o 1º IMPERADOR, (se supremo da Organização), para a América do Norte. A unificação com a as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro imperador mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo supremo é ocupado por um grande mestre. O nome AMORC – Antiga e mística Ordem Rosa Cruz foi dado para diferenciar-se de outras ordens filosóficas de mesmo nome, mas com diferente essência.
  
O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz
O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi o homem que divulgou o rosacrucianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual. A popularidade alcançada por Andréa, entretanto, com a Societas Solis (Sociedade do Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico “O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz”, que criticava, jocosamente, os alquimistas e as ligas secretas, numa época que, de maneira geral, era de desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de  uma liga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado “Transfiguração Geral do Mundo”, ser incluído o conceito de “Fama Fraternitatis R.C.’, sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem entendido. Uma outra pequena obra, surgida um ano depois e chamada “Confessio”, publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada.  
O Herói Viveu 150 Anos, Extinguindo-se Voluntariamente
De acordo com o “Confessio”, a ordem Rosa-cruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior, ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade. As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época, incrementada pela disposição de renovação e organização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa. O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela “Fama Fraternitatis” e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a  “Sublime Ciência”; teria ele segundo a lenda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente. Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico. Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em cera ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus.   

A Mística Idéia da Rosa Provocou Grande Sedução
                        
Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosa-cruz. Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relacioná-lo com as armas de Lutero, coisa que não pode ser facilmente aceita, pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro rosas no chapéu, rosas essas que, desde a época de seu avô Jacob Andréa, adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro Rosa-Cruz da Inglaterra, diz que o nome da  ordem está ligado a uma alusão ao sangue de Cristo, na cruz do Gol-gota; a mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para dar à palavra, uma grande força de sedução. Além disso, muitos rosacruzes vêem, no emblema, um símbolo alquimista, concretizando uma ambigüidade muito comum aos símbolos. Os rosacruzes atuais têm uma interpretação bem mais mística a respeito da cruz e a rosa. A cruz representaria o ser humano, a parte material, enquanto a rosa representaria o ser imaterial, a alma, espírito ou corpo astral.  

A Junção dos Sexos Leva ao Segredo da Imortalidade 
                                                                     
Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosa-cruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. Em botânica oculta, a rosa era uma flor iniciática, para diversas ordens religiosas, sendo, que, atualmente, a arte sacra continua a considerá-la como símbolo da paciência, do martírio, da Virgem (Rosa Mística); no quarto domingo da Quaresma, em todos os anos, o para benza a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos sacramentais oferecidos pela Igreja, em sua liturgia. Em última análise, a rosa representa a mulher, enquanto que a cruz simboliza o sexo masculino, pois para os hermetistas, ela é o símbolo da junção da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono. Assim, a Rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a Cruz simboliza a virilidade do Sol, com toda a sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo da imortalidade, resultando, também, dela, a regeneração universal, que é o ponto mais alto da doutrina rosacruciana.
  
A Alquimia Evidencia Uma Ligação Entre as Duas Ordens               
Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos franco-maçons. Como a Ordem Rosa-cruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos, Dará daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosa-cruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas, exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.
                                                                    
Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos (também chamada, indevidamente, de “Especulativa”).Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, as evidências históricas autênticos e não as “lendas”, que fazem remontar a origem de ambas as instituições ao antigo Egito. A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosa-cruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosa-cruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO.
O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.
  
  


Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social
A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e rosacrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita etc. O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavalheiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa o segredo da imortalidade, que nada mais é do que o esoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra.
A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais. Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas.
As Iniciações Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é ao grau de Aprendiz, e da AMORC, a admissão ao 1º grau de templo. As iniciações têm o mesmo objetivo, impressionar o iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte.
  
O Simbolismo                                                                      
Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente. Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosa-cruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente.

O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor. Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual.
    
O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo
                                                                                    Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místico-filosófico. Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem suas instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.

BIBLIOGRAFIA
GLUSA - GRAN LOGIA UNIDA del SUR DE AMÉRICA
"Per Amore, Justitia et Honor" - Dístico gentilmente traduzido para o latim, a pedido, pelo Ir.'. José Castellani - (in memorian)

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