CAVALEIROS DO TEMPLO


Este blog tem como objetivo único, cooperar em leituras e estudos voltados para o segmento Maçônico, com textos de diversos autores e abordagens diferentes para um único tema.

Por Yrapoan Machado






segunda-feira, 29 de novembro de 2010

OS INSTRUMENTOS PARA A EVOLUÇÃO DO MAÇOM


Praticamente a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicaram importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria. Torna-se praticamente impossível referir-se a Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos. Cada Vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão a Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas idéias que constantemente surgem. Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro "Mensagem", o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas:

 Simpatia;
 Intuição;
 Inteligência;
 Compreensão/Discernimento;
 Graça ou Revelação.
 Na Maçonaria a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provêm da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais. Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais corporativamente organizados constituíam a Maçonaria Operativa que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas:
"Embora não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois caso contrário não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna. A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve, contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse. 
O escritor Ambrósio Peters, nos coloca ainda que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais a existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica). Cabe destacar também que são destes símbolos que os Maçons metaforicamente retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais:
"O trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas, o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada, e o nível e o prumo, para assentá-las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra".

A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras; O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras; A aplicação e o assentamento das pedras na construção. Estes conjuntos de instrumentos que são necessários a execução de cada etapa da obra., indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente os diversos Graus que nela existem. Cada Grau, representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons. Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante as mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos. A reflexão e a conseqüente meditação são essenciais a compreensão da linguagem maçônica. O avanço pelos diversos graus, portanto não deve ser considerado pelo tempo que esta sendo empregado, não devem ser conduzidos pela pressa. o que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar com segurança e sabedoria os degraus da Escada de Jacó.



Bibliografia: 

Roberto Bondarik - A Interpretação e o Entendimento dos Símbolos.
Escolas do Pensamento Maçônico. In: A Trolha: Coletânea 6. Londrina: A Trolha, 2003. p.141-151; 
Luiz Roberto Campanha - A Filosofia e a Análise dos Símbolos. In: Caderno de Pesquisas 20. Londrina: A Trolha, 2003. p.33-40;
Fernando Pessoa - Associações Secretas. 
Ambrósio Peters - O Simbolismo dos Instrumentos.

Roberto Bondarik  M.'.M.'., ARLS Cavaleiros da Luz, Nr 60 - Grande Loja do Paraná 

UM BEIJO UM NO SEU CORAÇÃO

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ORDEM DEMOLAY - OS NOSSOS FUTUROS MESTRES

A Ordem DeMolay é uma ordem secreta de princípios filosóficos, fraternais e iniciáticos, patrocinada pela Maçonaria[1], para jovens - do sexo masculino - com idade compreendida entre os 12 e os 21 anos. Fundada nos Estados Unidos dia 18 de Março de 1919 em Kansas City, Missouri, pelo Maçom Frank Sherman Land, é patrocinada e apoiada pela Maçonaria, oficialmente desde 1921, que na maioria dos casos cede espaço para as reuniões dos Capítulos DeMolay e Priorados da Ordem da Cavalaria, denominações das células da organização.A Ordem é inspirada na história de Jacques DeMolay, 23º e último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, morto em 18 de março de 1314 junto a outros membros da Ordem por não ter confessado as falsas acusações de pratica de diversos crimes, entre eles heresias e infidelidade à Igreja Católica, partidas do rei Filipe IV de França, e aceitas pelo papa Clemente V. Sendo motivo dessas acusações a ambição de Filipe pelas posses da antiga Ordem, pois em caso de prisão, os bens do acusado passariam a pertencer ao Estado francês.
Há cerca de 205 milhões de membros em todo o mundo e mais de 20 milhões no Brasil. O DeMolay que completa 21 anos de idade, é denominado Sênior DeMolay e passa a acompanhar os trabalhos da Ordem através da "Associação DeMolay Alumni". No Brasil, distribuídos em mais de setecentos Capítulos, os milhares de DeMolays regulares de todos os estados da federação se reúnem freqüentemente. No mundo, a Ordem DeMolay pode ser encontrada em: Aruba (Países Baixos), Alemanha, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Filipinas, Guam (Estados Unidos), Itália, Japão, México, Panamá, Paraguai e Uruguai.
                                                                          
No dia 08 de abril de 2008, o Deputado Estadual de São Paulo Bruno Covas criou o Dia do DeMolay no Estado de São Paulo, através da Lei Estadual nº 12.905, a ser comemorado anualmente no dia 18 de março de cada ano. No dia 19 de janeiro de 2010, o então presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, através da Lei Federal nº 12.208, instituiu o dia 18 de março como o Dia Nacional do DeMolay, seguindo o exemplo de Bruno Covas, que escolheu esta data por marcar a data de falecimento de Jacques DeMolay, herói mártir da Ordem. Os princípios da Ordem são baseados em virtudes como a fraternidade e o companheirismo, incentivando cada membro a trilhar seu caminho seguindo preceitos que são considerados pela Ordem diferenciais na vida de um líder e determinantes para seu destino. A Ordem se baseia nas chamadas "Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay", que são:
o Amor filial;
o Reverência pelas Coisas Sagradas;
o Cortesia;
o Companheirismo;
o Fidelidade;
o Pureza;
o Patriotismo;
Os baluartes da Ordem são a defesa das Liberdades:
 * "Religiosa" representada pelo Livro Sagrado.
 * "Civil", representada pela Bandeira Nacional.
 * "Intelectual", representada pelos Livros Escolares.
 Assim prescreve a ética de um DEMOLAY:
* Um DeMolay serve a Deus;
* Um DeMolay honra todas as mulheres;
* Um DeMolay ama e honra seus pais;
* Um DeMolay é honesto;
* Um DeMolay é leal a ideais e amigos;
* Um DeMolay executa trabalhos honestos;
* Um DeMolay é cortês;
* Um DeMolay é sempre um cavalheiro;
* Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;
* Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;
* Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;
* A palavra de um DeMolay é tão válida quanto sua confiança;
* Um DeMolay, por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.
 O ingresso na ordem DeMolay não garante que o jovem irá se tornar um maçom no futuro Graus. Assim como a Maçonaria possui o Corpo das Lojas de Perfeição após as Lojas Simbólicas, a Ordem DeMolay também se divide em dois Corpos. O primeiro, envolve os dois primeiros Graus: o Grau Iniciático e o Grau DeMolay, podendo ser comparado às Lojas Simbólicas. O segundo envolve os graus históricos, filosóficos e de honoríficos, que compõe da Ordem da Cavalaria. Os graus ritualísticos são os dois graus básicos da Ordem DeMolay: o Iniciático e o DeMolay. Os DeMolays desses graus trabalham em Capítulos. 
Grau Iniciático
Primeiro grau da Ordem DeMolay, onde os DeMolays recém iniciados ingressam quando são admitidos em um Capítulo e refletem sobre a Cerimônia de Iniciação. O Primeiro Grau DeMolay, chamado Grau Iniciático, é baseado nas Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay: amor filial, reverência pelas coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo. O ingresso à Ordem exige do candidato ao menos um esboço dessas Sete Virtudes, sendo esse Grau, responsável por esculpi-las e valoriza-las, fazendo com que o jovem as honre e dignifique ainda mais em sua vida diária. É ainda nesse Grau que o jovem possui o primeiro contato com o esoterismo oferecido pela Ordem, através de toda a simbologia embutida na disposição dos objetos dentro da Sala Capitular, nos Oficiais das sessões e em seus paramentos, e principalmente na ritualística que rege as sessões. É durante esse Grau que ocorre o contato de maior valor com a Ordem, pois se define a qualidade que terá o jovem como DeMolay ativo. Portanto, despertar o interesse sobre a Ordem da forma correta é um trabalho delicado e muito importante, para que se tenha resultados dos ensinamentos oferecidos por ela no dia a dia de seus membros, tornando o mundo melhor a sua volta.

Grau DEMOLAY
                                                                                 Segundo grau da Ordem, alcançado pelos DeMolays esforçados, que após demonstrarem merecimento e conhecimentos adquiridos na convivência capitular e estudos pertinentes a grau iniciático. A aquisição dos graus varia de acordo com requisitos pré-estabelecidos, tais como idade mínima, tempo decorrido após a iniciação e mérito no cumprimento das tarefas oferecidas pelo grau em que se encontra, antes de receber o grau DeMolay deve-se fazer de cor um exame de proficiência.
Sete Virtudes Cardeais de um DEMOLAY
A Ordem DeMolay invoca sete luzes, simbolizando as sete virtudes cardeais de um DeMolay, que iluminam seus caminhos conforme passam pela estrada da vida, simbolizando tudo que é bom e correto, a base de suas vidas.
Amor Filial: é o amor e carinho que devemos ter por nossos pais, que nos semearam, geraram, nos ensinaram as primeiras lições de nossas vidas e se sacrificaram por nós. Através deles nos tivemos as primeiras lições de educação, respeito e na crença em Deus.
Reverência pelas Coisas Sagradas: significa a crença em Deus, não importando a sua religião. Para ser um DeMolay o jovem tem que ter fé Nele e provar o quanto ama e deseja servir a Deus.
 Cortesia: cortesia, educação e solidariedade são princípios que um DeMolay procura por em prática usando a filantropia, mas somente válida quando é feita com sentimento, colocando o coração naquilo que faz. Os DeMolays têm uma regra que diz:
 "Para ser útil à sociedade não é necessário ser um DeMolay, mas para ser um DeMolay é necessário ser útil à sociedade".
Companheirismo: é ser um amigo leal, tanto nas horas boas quanto nas ruins. O verdadeiro companheiro e amigo é aquele que estende a mão para um Irmão, que está despencando de um abismo, segurá-la. Companheirismo é levar uma chama de amizade no coração, para que, quando um amigo estiver no meio do túnel, ela possa iluminar e mostrar onde está a saída.

Fidelidade: é sempre acreditar em seus ideais e virtudes, mantendo em segredo tudo aquilo que lhe for ensinado. É ser fiel a Deus, à sua Pátria e a seus amigos, seguindo o exemplo de fidelidade de Jacques DeMolay, que preferiu morrer a trair seus Irmãos. Pureza: é ser um cidadão idôneo, puro de alma e de coração; é sempre estar de bem com a própria consciência. É manter a mente longe de tudo que vá contra os princípios de um bom cidadão.
Patriotismo: é respeitar e defender a nossa Pátria, nosso Estado e nossa Cidade e, além disso, conservar tudo que diz respeito ao patrimônio público, como escolas, asilos, orfanatos e hospitais, que prestam ajuda às pessoas mais carentes de nossa sociedade.
 Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda
A Ordem dos Escudeiros Távola Redonda é uma organização internacional, fundada em 1995, patrocinada pela Ordem DeMolay, feita para crianças, do sexo masculino, entre sete e doze anos, buscando auxiliar a criança na construção de seu desenvolvimento intelectual, visando à formação de um melhor cidadão para o futuro. O nome “Távola Redonda”, relacionado à lenda do Rei Artur, foi escolhido porque aquela antiga ordem possuía os mais elevados ideais de serviço, perfeição, camaradagem e igualdade entre os Cavaleiros. Dessa forma, a lenda é usada como ferramenta lúdica para o desenvolvimento pedagógico de suas cerimônias e objetivos. A Távola de Escudeiros é o nome dado à unidade de cada agrupamento de escudeiros. (Ex: Capitulo, Loja, Bethel, Assembléia). Por ser cada Távola um apêndice do Capitulo que a patrocina, a mesma deve levar, obrigatoriamente, o nome do Capitulo patrocinador. Cada Távola possui uma administração própria, composta de cargos que são ocupados pelos Escudeiros.
Cada Távola deve criar seu Conselho de Honra que deve conter no mínimo:
 - Nobre Cavaleiro: É um DeMolay, devidamente escolhido pelo Capitulo e pelo Conselho para cuidar dos Escudeiros e de todos os procedimentos exigidos para que uma Távola funcione satisfatoriamente. Lembrando que esse DeMolay deve ser maior de 18 anos, e não deve exceder os 23 anos (de acordo com nosso Regulamento Geral), já que a essência é de que o Nobre Cavaleiro seja o Irmão mais velho deles.

 - Tio Consultor: É um maçom, devidamente escolhido pelo Conselho Consultivo, para ser o representante do mesmo junto às atividades da Távola. Deve funcionar como o Presidente do Conselho Consultivo do Capitulo. O propósito da Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda é contribuir para que as crianças, ao chegar a sua adolescência, assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do CARÁTER, ajudando-as a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis à comunidade, de forma autônoma e consciente.
Os princípios que alicerçam a Ordem dos Escudeiros são:

* Sabedoria;
* Verdade;
* Justiça.
Os métodos utilizados pela Ordem dos Escudeiros caracterizam-se pelo conjunto dos seguintes pontos que orientam o trabalho educativo desenvolvido com as crianças: 1. Promessa de ser um melhor filho; 2. Cerimônias Ritualísticas; 3. Vida em equipe; 4. Atividades Progressivas, atraentes e variadas. 5. Desenvolvimento pessoal com orientação. 6. Aprender fazendo.

Ordem da Cavalaria
A Ordem DeMolay possui como um de seus inúmeros objetivos a formação dos líderes do amanhã. Para tanto, a lapidação do cárater e o conhecimento se tornam indispensáveis. Resgatando lições antigas, utilizando conhecimentos adquiridos e incentivando a busca de maior saber, a Ordem DeMolay oferece condições para que o jovem possa facilmente liderar qualquer tipo de empreendimento e desempenhar todas as funções exigidas a ele em qualquer campo e nível social. O Convento (ou Priorado) da Ordem da Cavalaria aparece como uma etapa complementar na Ordem DeMolay e é de grande nobreza para os Cavaleiros Investidos.
A "Ordem dos Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay", mais conhecida como "Ordem da Cavalaria", é composta por DeMolays mais velhos, que atuam em todos os campos de atividades - em posições de liderança na Ordem DeMolay. Os DeMolays mais velhos possuem muitos interesses que são diferentes dos interesses dos mais jovens. Qualquer coisa que os DeMolays mais velhos gostem de fazer, os Nobres Cavaleiros são capazes de fornecer, como diversão, festas, jantares e outras atividades em grupo. Tio Land disse, "Os Nobres Cavaleiros não são um grau honorário ou prêmio. Novas fronteiras devem ser desbravadas - quem irá?"

Assim como a Maçonaria possui o Corpo de Lojas de Perfeição após as Lojas Simbólicas, a Ordem DeMolay possui um segundo corpo de jovens denominado Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay, que são iniciados nos graus históricos e filosóficos da Ordem sendo divididos em dois, Grau Cavaleiro e Grau Ébano. No Grau Cavaleiro, o jovem compreende principalmente sobre as virtudes de caridade e humildade. Já no Ébano, é possível ao Cavaleiro presenciar o ensinamento das escolhas necessárias para a vida adulta (sendo o Ébano oferecido apenas a jovens com mais de 19 anos de idade), as tentações, obstáculos e escolhas entre o bem e o mal que ao longo do caminho iremos deparar. Estes graus possuem seus próprios Segredos e os Cavaleiros (chamados de Sir) se reúnem em seus Priorados.
Para ser admitido no Priorado, o jovem DeMolay precisa ter entre 17 e 21 anos. 
Os propósitos do Priorado são:
* Estender e servir à Ordem DeMolay e seus Capítulos;
* Manter o interesse ativo dos DeMolays mais velhos;
* Prover um programa para os membros do Convento ou Priorado;
* Acima de tudo, dar o exemplo para todos os DeMolays.
* Ser bom, gentil e puro com os membros da Ordem
* Transformar as Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay em Sete Verdades na sua vida.

Por muito tempo usou-se o termo Convento para se referir ao lugar das reuniões da Cavalaria, porém, esse termo é um erro histórico; o termo correto é Priorado.

Como participar da Ordem DeMolay
Para que um jovem participe da Ordem DeMolay, é preciso que o mesmo seja indicado por um membro ativo da Ordem ou um Sênior DeMolay ou um Mestre Maçom, todos devidamente regulares em suas potências. 
O jovem escolhido deve ser destaque no meio onde vive e preencher as seguintes características necessárias:
* Ter entre 12 anos completos e 21 incompletos;
* Possuir, ao menos, grande maioria das virtudes defendidas pela Ordem;
* Sendo indispensável que creia em um ser superior (independente de religião);
* Ser indicado por um membro ativo do Capítulo (Unidade administrativa da Ordem);
* Ser uma pessoa de caráter e ética;
* Todos os Demolays e todos os membros do Conselho Consultivo aceitem sua entrada;

Os candidatos ao ingresso na Ordem DeMolay não são escolhidos aleatoriamente. Passam por um rigoroso processo de seleção, e serão informados de sua indicação apenas após serem aprovados.Antes de ser aprovado, dois DeMolays vão na casa do indicado e lhe fazem perguntas constantes de um questionário.Suas respostas são levadas a uma reunião e então os DeMolays daquele capitulo o aprovam ou não, se for aprovado aí então ele é avisado, caso o candidato não seja aprovado, esse resultado morre em silêncio entre os membros do Capítulo e o candidato nunca saberá que já foi recusado.

BIBLIOGRAFIA

Texto extraido da Wikipédia - Enciclopédia Livre



UM BEIJO NO SEU JOVEM CORAÇÃO

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

OS INCONFIDENTES - PARTE II

O CLERO
Os réus eclesiásticos por decisão “sui generis” da Comissão de Alçada, não tomariam conhecimento de suas sentenças; a decisão final era da Rainha. Como a Rainha enlouqueceu, coube ao Príncipe Regente Dom João a decisão, e este assim despachou: “Faça-se perpétuo silêncio”. Este processo está hoje no Museu da Inconfidência em Ouro Preto.
1) Padre Luiz Vieira da Silva – Maior líder da conspiração ao lado de Tomás Gonzaga.
2) Padre Carlos Correia de Toledo e Melo – De todos era o mais radical.
3) Padre José da Silva e Oliveira Rolim – Participou decisivamente de todas as reuniões dos INCONFIDENTES, tendo o encargo de conseguir 200 cavaleiros.
4) Padre Manoel Rodrigues da Costa – Participação discreta sem missão específica.
5) Pare José Lopes de Oliveira – Seus depoimentos foram arrasadores para a conspiração, inclusive falou sobre apoio estrangeiro à revolução.
6) Padre Francisco Vidal de Barbosa Laje – Era irmão do inconfidente Domingos Vidal de Barbosa Laje, ele escapou por terem os devassantes passado ao largo de seu nome.
7) Padre José Maria Fajardo de Assis – Ouviu do próprio TIRADENTES, toda pregação revolucionária. Nunca foi preso e interrogado como réu.
A Participação da Maçonaria na Inconfidência
A participação da Maçonaria no movimento, pode ser considerada discreta, em função de sua clandestinidade. Mas, não se pode ignorar sua presença revolucionária, no século XVIII, como um canal político de ascensão de uma nova classe no comando político do Estado. Os princípios Maçônicos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que hoje parecem menores, no século XVIII, quando o comando do Estado era exercido apenas pela nobreza, tinham outro significado: Liberdade significava a abolição da Monarquia. Igualdade significava abolição de classe. Fraternidade era o objetivo moral e final de uma nova ordem.
                                                                              
 A Introdução da Maçonaria no Brasil
 A Maçonaria Azul (Inglesa, monarquista) chegou ao Brasil entre 1760 e 1770, trazida por tripulantes de “navios ingleses”.
 A Maçonaria Vermelha (francesa, republicana) está confirmada, pela existência de uma Loja na década de 1780, no Rio de Janeiro: a loja fundada por Manuel Inácio de Silva Alvarenga e Basílio da Gama, disfarçada sob o nome de Sociedade Literária, provavelmente fundada em 1786. Na verdade essa academia era uma Loja Maçônica, pelos seguintes fatos: o Estatuto rezava no seu Art. 1º “A Boa fé e o segredo”. Domingos Vidal de Barbosa Laje freqüentava a Sociedade Literária de Silva Alvarenga.
Perseguição à Maçonaria
Como se não bastasse, em 1799 o Vice Rei  Conde de Resende acusa  Luiz Beltrão de Gouveia de ser “jacobino e pedreiro livre”. A Sociedade Literária foi fechada, acusada de “jacobinismo”(republicanismo e maçonaria). A Academia de Ciências de Lisboa foi fundada em 1778 e desde o início fora objeto de suspeita por parte do Intendente Geral de Polícia, Diogo Pina Manique; que perseguia ferozmente os membros da Academia, por suspeita de que “aquilo” era Maçonaria.
Reuniões de Maçons na Clandestinidade
Nesta pesquisa, o que nos interessa é a existência de indivíduos maçons, que reunindo-se em qualquer “remanso da Paz”em horário combinado, constituíam informalmente, uma “Loja”, não importando em que parte do mundo fosse. E, era assim que no século XVIII, ocorriam as reuniões dos maçons, em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Vila Rica (Ouro Preto) ou em qualquer lugar. O que se sabe, é que a influência comercial da Inglaterra era muito grande, tanto em Portugal quanto na Colônia (Brasil), assim podemos afirmar que a Maçonaria Azul tinha grande influência no Brasil como em Portugal, e a Maçonaria Vermelha , francesa influenciava, principalmente, a classe intelectual de Portugal e do Brasil, por razões óbvias.
 A Iniciação de TIRADENTES
Lauro Sodré, 16º Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil (1904/1906), declara que naquela época a Maçonaria permitia que se fizesse iniciações fora dos templos, por um irmão com autoridade, o que era denominado de: “Iniciação por Comunicação”. E dessa forma é que em 1787, o irmão José Álvares Maciel fez a iniciação de TIRADENTES. Hoje a Constituição da Maçonaria não permite mais iniciação por Comunicação.
O Caráter Maçônico da Reunião de 27/12/1788
Tarquínio J. B. de Oliveira, pesquisando os Autos da Devassa, em Portugal, e arquivos diversos, declara que a reunião decisiva dos Inconfidentes na residência do Ten. Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada, na noite de 27/12/1788 teve caráter de reunião maçônica, inclusive pelo fato de ter ocorrido no dia de São João, data consagrada pela Maçonaria. “Confidências de um Inconfidente” nos informa que nesta Sessão, por proposição do irmão José Álvares Maciel, TIRADENTES foi Exaltado, recebendo o 3º Grau. Diante da indagação de alguns irmãos, Tomás Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e o Aleijadinho  (Mestre Lisboa) exclamaram: “ele já era um dos nossos” Apenas, ainda não houvera oportunidade para sua Exaltação.  Esta sessão Maçônica de 27/12/1788, está ritualisticamente definida, como se expressa Gonzaga: ”Na água Limpa” – O Cajado bateu 3 vezes e a porta se abriu – Vicente entrou (Vicente Vieira da Mota), relanceando o olhar para a frente e pelos lados, passou à esquerda do “livro” e foi sentar-se ao lado do estrado.
Ainda podia sentir-se o cheiro do incenso. O Venerável pôs a Ordem do Dia em Votação, sendo aprovada. Nesta noite TIRADENTES foi o “Orador”, e anunciou, se houver traição... – fez com sua voz possante – O culpado terá a morte. Os Trabalhos foram realizados em “Conselho”, tendo TIRADENTES proposto a bandeira da nova nação – branca com um tríplice triangulo de cores vermelha, azul e branca. E Alvarenga sugeriu a clássica inscrição “Liberdade ainda que tardia”- tradução do original latino: “Libertas Quae Sera Tamen”.                                              
O Templo Maçônico Oculto
Há evidência da existência de um Templo Maçônico oculto na residência de Antônio Vieira da Cruz, no Alto da Cruz em Ouro Preto. Os restos desse Templo foram desenterrados acidentalmente, motivo de reportagens em: Revista Veja de 30/05/1979, páginas 111-112; e Jornal da Tarde de Belo Horizonte, 11/09/1978. Onde está ainda em pé, um magnífico monumento de pedra, em forma de “altar maçônico”, tendo na sua base um Delta Luminoso, construído em 1792, no ano da morte de TIRADENTES e degredo dos demais Inconfidentes. Ainda há a suposição de que os restos mortais de TIRADENTES, até hoje desaparecidos, tenham sido retirados das estacas, por  irmãos maçons e levados para o interior de uma mina de ouro, abandonada , existente no quintal da casa de Antônio Vieira da Cruz, a uma profundidade de 400 metros.
A Maçonaria Baiana e os Patriotas Mineiros
TIRADENTES, como quase todos os Conjurados era “pedreiro-livre” – a evidência deste fato está muito bem caracterizada, pois, quando de sua remoção da Bahia, foi ele portador de instruções secretas da Maçonaria Bahiana para os patriotas de Minas.
A Maçonaria como Partido Político
O absolutismo reinante, era defendido pelas Ordens de nobreza, pela Igreja Católica, Academias oficiais, etc...E os comerciantes  do setor de importação e exportação, maiores interessados  na Independência do Brasil, agiam na clandestinidade – E o único “partido político” que norteava ideologicamente esses interesses de classe era a Maçonaria.
TIRADENTES, por sugestão de amigos de “partido” requereu autorização para viajar à Lisboa, para ver em que nível estavam os passos da Maçonaria, na Europa. A 1ª vez em março de 1787 e a segunda em fevereiro de 1788. Não chegou a realizar a viagem pois, o Maçom José Álvares Maciel que acabara de chegar da Europa supriu-lhe as informações de que necessitava.
Participação de Maçons  na Conjura                                                                             Tarquínio de Oliveira apresenta provas concretas sobre a existência de dois maçons na Conjura: José Álvares Maciel e Padre Luiz Vieira da Silva. Mas no cotejo das provas se depreende da existência de diversos maçons, infelizmente não em caráter documental.
O historiador Tarquínio de Oliveira cita ainda que o Conjurado João Rodrigues de Macedo abrigava em sua casa num dos magníficos salões uma “Loja Maçônica”, onde reunia os cabeças pensantes de Vila Rica. No que tange às provas documentais, nada se pode confirmar, além dos dois acima, mas dentre os Inconfidentes aptos a serem qualificados como maçons poderiam ser citados, além do Grão Mestre João Rodrigues de Macedo e do Venerável Mestre do período de 1788 em diante Luiz Vieira da Silva, seus contemporâneos Luiz Beltrão de Gouveia, Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Diogo Pereira de Vasconcelos, José Pereira Ribeiro, José Álvares Maciel, Francisco de Paula Freire de Andrade, Inácio José de Alvarenga Peixoto, e o Alferes Joaquim José da Silva Xavier (TIRADENTES).
      
CONCLUSÃO    
1) TIRADENTES foi Maçom iniciado pelo Maçom Dr. José Álvares Maciel, Por Comunicação, como reconhece o Sereníssimo Grão Mestre Lauro Sodré.

2) TIRADENTES foi reconhecido pelas Potências Maçônicas Brasileiras como Maçom, de fato e de direito, ao homenageá-lo com Títulos Distintivos de suas Lojas Simbólicas
3) Cerca de mil maçons desfilam em trajes maçônicos completos, com seus paramentos (aventais, colares e luvas) em Belo Horizonte, no dia 21/04/1978, às 09,00 horas, em homenagem ao Irmão TIRADENTES, fato que,  pode e deve, também ser entendido como um reconhecimento Maçônico Post Mortem.
4) TIRADENTES foi Exaltado, recebendo o 3º Grau por proposição do irmão José Álvares Maciel em sessão realizada em  27/12/1788, num Templo improvisado na residência do Ten. Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada.
5) Dessa forma e diante do desenvolvimento da presente Pesquisa, você, irmão, está em condições de fazer também, sua conclusão.
6) A conclusão deste Pesquisador é que TIRADENTES foi Maçom, convicto, fraterno e atuante, sendo portanto nosso IRMÃO.


BIBLIOGRAFIA:
1) A Inconfidência Mineira – Uma síntese factual. Autor: Márcio Jardim. Bibliex.
2) Rocha Negra – A legendária – Autor: Marivaldo Calvet Fagundes. A Trolha.
3) A Maçonaria e a Questão Religiosa – Autor: Marcelo Linhares. Centro Gráfico do Senado Federal.
4) A Maçonaria no Centenário -1822/1922(da Independência do Brasil). 
Autor: Antônio Giustti - Grau 33
5) TIRADENTES – O poder oculto, o livrou da forca – Autor Assis Brasil.
6) A Devassa da Devassa – A Inconfidência Mineira. Autor Kenneth Maxwell. Paz e Terra.
7) Confidências de um Inconfidente. Autora: Marilusa Moreira Vasconcellos.
8) Veja de 30/05/1979.
9) Vários “sites” das Potências Maçônicas Brasileiras.
10) Landmarks 

Peça de Arquitetura foi enviada por nosso Venerável Mestre Ailton de Oliveira

   


UM BEIJO NOS CORAÇÕES DE ÔCES UAI                                                                  

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

OS INCONFIDENTES - PARTE I


A Maçonaria na Inconfidência Mineira, está muito bem assinalada na História do Brasil. Em 1789,  a Maçonaria, unida, partiu para as lutas pela independência do Brasil, à custa do sacrifício da própria vida dos seus Obreiros. Os obreiros de HIRAN, face às bulas da Igreja e ao ato proibitório de D. João V, passaram a trabalhar clandestinamente. Assim tanto os Maçons, quanto os Conjurados passaram a realizar suas reuniões ou assembléias nas casas de uns e de outros. A 1ª reunião dos Conjurados (conspiradores), aconteceu na residência do Tem. Cel. Paula Freire, em fins de 1788, e a ele se juntaram outros conspiradores, dentre os quais TIRADENTES. Os pesquisadores mineiros, Dr Sílvio Carneiro e Professora Dorália Galesso, divulgaram o resultado de pesquisa que realizaram sobre a origem da expressão “UAI” incorporada ao vocabulário quotidiano Mineiro. “Os Inconfidentes Mineiros, mas subversivos para a Coroa Portuguesa, se comunicavam através de Senha, para se protegerem. Como conspiravam em porões e sendo quase todos maçons, recebiam os companheiros com as batidas clássicas da Maçonaria, nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam: Quem é ?, e os de fora respondiam: UAI – as inicias de UNIÃO, AMOR e INDEPENDÊNCIA. Só mediante o uso dessa senha, palavra de passe a porta era aberta ao visitante. A Maçonaria sendo uma instituição sigilosa passou a coordenar as ações dos conspiradores. Este fato foi muito importante nos convites aos cidadãos para sua iniciação na instituição Maçônica, principalmente dentre os Conspiradores.
      
O Encontro de TIRADENTES com o Dr. Maciel
      
TIRADENTES era muito conhecido em Minas e no Rio de Janeiro, devido à sua habilidade odontologia e de tratar enfermos, e sem dúvida, devido à sua personalidade, de alguém com todas as características e ressentimentos de um revolucionário.
Em licença no Rio de Janeiro, em 1787, TIRADENTES  reuniu-se com o Dr. José Álvares Maciel – Maçom, recém chegado da Europa, Padre Rolim e com o Cel. Joaquim Silvério dos Reis, e juntos elaboraram os primeiros planos da Conjura.
O Reconhecimento de TIRADENTES como “irmão”
Ao retornar a Minas em agosto de 1788, TIRADENTES apresentou-se ao Coronel Francisco de Paula Freire, cumprimentando-o, e este, que sabidamente não tinha simpatia pelo Alferes, de quem mantinha distância; mudou o tratamento completamente, quando TIRADENTES, participou-lhe que havia sido iniciado nos mistérios da instituição Maçônica, identificando-se com tal. Esta revelação foi sem dúvida reconhecida pelo Coronel Francisco de Paula Freire, Maçonicamente. TIRADENTES, deve ter lhe apresentado o certificado lavrado pelo irmão Maciel. Na clandestinidade, com as Lojas fechadas, as iniciações não ocorriam na forma usual e regular, como hoje. A História Antiga da Maçonaria, revela que, na clandestinidade as Iniciações eram “Por Comunicação”, como ainda hoje há nos graus Filosóficos.
Exemplo de “Iniciação por Comunicação”
      
Nesta oportunidade, apresento um exemplo surpreendentemente revelador de uma Iniciação Por Comunicação,  com certificado lavrado no ato, e que faz parte do registro histórico da Mui Excelsa Loja Centenária “Rocha Negra” – Diz o certificado: “ Certifico que, atendendo às boas qualidades e requisitos necessários, que concorrem na pessoa do Profano TOMÁS FERREIRA VALE, natural da Freguesia da Encruzilhada, Bispado do Rio de Janeiro, idade 39 anos, Religião Católica, Apostólica, Romana e em Virtude do meu Sublime Grau e dos poderes que me acho investido pelo Grande Oriente Brasileiro. O iniciei Aprendiz Maçom; devendo dar a jóia d’entrada na Loja em que se houver de filiar. Em fé do que, lhe dei o presente certificado; e para que este não possa servir senão ao dito Irmão Vale, fiz-lhe assinar seu nome à margem – Ne Varietur – Rogo portanto a todos os caríssimos irmãos o reconheçam por tal, e lhe prestem tudo quanto nos assegura nossa amada e respeitável ordem. Dado no remanso da Paz, em lugar vedado às vistas dos profanos, em São Gabriel, República Riograndense, aos três dias do 4º mês do Ano da Verdadeira Luz de 5.639.
José Mariano de Matos     Tomás Ferreira Vale, Aprendiz Maçom.
Como vimos, havia a preocupação para que tal ato fosse realizado no “Remanso da Paz, em lugar vedado às vistas dos profanos”, por um Mestre Maçom; como é hoje, só que, devidamente autorizado pela Potência, e em Templo de Loja Regular, devidamente Constituída, e em Sessão Magna convocada para tal.
A Continuidade dos Trabalhos Maçônicos
Os Maçons, na medida que , para dar continuidade o trabalho que haviam aprendido em outras lugares, onde existiam Lojas, necessitavam fundar uma oficina Maçônica para continuar ativos  dessa forma registra-se a fundação de uma Loja:

                                                                                  ”Fraternalmente reunidos no remanso da Paz, em lugar vedado a profanos os Maçons Regulares e competentemente munidos de seus Diplomas – resolveram trabalhar numa Loja provisória com o título distintivo, que trabalhará no R\E\A\A\ sob os auspícios do Grande Oriente Unido do Brasil, e elegeu para Venerável o Resptb Ir...; e para os demais cargos, os irmãos; resolveu-se impetrar da respectiva Grande Oficina a sua regularização”. Este caso é apresentado porque, na clandestinidade, muitas Lojas foram estabelecidas em Salões de Residências, para só, muito tempo depois mudarem para Templos Maçônicos, após a sagração por um Grão Mestre. Por exemplo, em São Paulo, como existiam muitos Maçons, e não existiam Lojas, em 13 de março de 1832, o estudante de Direito, José Augusto Gomes de Menezes (Ir\Badaró), junto com alguns Maçons, devidamente autorizados, fundaram a Loja “Amizade” que por algum tempo, desde a fundação funcionou na residência do Ir\Badaró; podendo iniciar profanos. Somente em 04/01/1873 é que a Loja “Amizade” inaugura o seu Templo definitivo, onde está até hoje, à Rua Tabatinguera. Esta Loja Mãe tornou-se o centro da Maçonaria paulista. 

TIRADENTES encontra comerciantes Luso-Brasileiros

Em 1776 – As Monarquias e Colônias estremecem sob o impacto da independência das 13 colônias inglesas na América. Nesta época, na cidade do Rio de Janeiro os comerciantes Luso-Brasileiros, Maçons João Rodrigues de Macedo e Antônio Ribeiro de Avelar, conheceram TIRADENTES; e com ele passaram a conspirar; nesta oportunidade, também encarregaram alguns estudantes Brasileiros de Coimbra – Portugal, e Montpelier – França, de fazerem contatos com representantes de potência estrangeiras.

Homenagem aos Incontinentes Mineiros
 Em Belo Horizonte, há um grande monumento na Praça Ruy Barbosa: ali estão os nomes dos condenados e do escravo Nicolau (que acompanhou Domingos de Abreu Vieira no degredo). É uma homenagem do Povo mineiro aos Inconfidentes.
Para uma melhor compreensão do irmão e leitor, farei um resumo da vida de cada Inconfidente.
MILITARES:
1) Ten. Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada – comandante do Regimento de Cavalaria Paga(regular), em 1789 tinha 33 anos. Sua casa em Vila Rica com o tempo transformou-se no centro de reuniões intelectuais; sua casa ainda está de pé; é um sobrado em cujo segundo andar há dois salões.
2) Ten. Cel. Francisco Antônio Rebelo – Português, com 29 anos. Era Ajudante de Ordens do Governador de Minas.
3) Ten. Cel. Francisco Manoel da Silva e Mello – servia no Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro; era amicíssimo do Alferes Tiradentes.
4) Sargento–mor Pedro Afonso Galvão de São Martinho – Português, era o Subcomandante do Regimento de Cavalaria de Minas.
5) Capitão Maximiniano de Oliveira Leite - comandante do Destacamento do Caminho do Rio de Janeiro.
6) Capitão Manoel da Silva Brandão – servia no Regimento da Vila Rica sob o comando do Tem. Cel. Paula Freire; era figura militar chave na conspiração, comandava o Destacamento sediado na Vila do Tejuco.
7) Capitão Antônio José de Araújo – aliciado por Tiradentes, teve participação discreta.
8) Capitão Manoel Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes – servia no Regimento de Voluntários Reais de São Paulo. Era amigo de Tiradentes a mais de sete anos.
9) Ten. José Antônio de Melo – era colega de Tiradentes no Regimento de Cavalaria de Minas.
10) Ten. Antônio Agostinho Lobo Leite Pereira – era do Regimento de Cavalaria de Minas, colega de Tiradentes.
11)  Alferes Joaquim José da Silva Xavier – TIRADENTES, é o maior herói nacional, já consagrado pelo apoio popular e por lei, considerado o Protomártir, o maior dentre todos os mártires do processo brasileiro de independência. Primeiro Mártir Maçom Brasileiro, publicamente reconhecido a dar sua vida pela causa da liberdade da sua pátria. Nasceu na Fazenda do Pombal, propriedade de seu pai,  situada na Vila de São João Del-Rei, em 1746. Mantinha laços de amizade com os comerciantes Antônio Ribeiro de Avelar e João Rodrigues de Macedo, em razão do papel da Sociedade Política Secreta. Em 1775, ingressa na carreira das armas, sobe rápido até o posto de Alferes, posto no qual marca passo; foi dentista e sangrador ambulante – gostava de servir aos pobres, era um filantropo. 
CIVIS:
1)   Tomás Antônio Gonzaga – Iniciou na Maçonaria em Portugal com o nome heróico de “Julião”, e ao chegar ao Brasil, reconheceu o pai de Marília, como “irmão” ao apertar a mão deste – como ele mesmo afirma: levei um susto, apertou-me a mão com efusão (toque). Não havia dúvidas. Olhamo-nos com cumplicidade. Éramos os dois “irmãos”,duas sentinelas. Estaria eu diante do primeiro irmão Maçom em Minas Gerais! Nesta oportunidade falei com o Capitão João Mayrink sobre o futuro de nossa Poderosa Irmandade. Gonzaga Foi o vulto mais importante da Conjura de 1789. Ele foi o autor da Constituição, como acontecera com os líderes Norte-Americanos. Em Coimbra foi aluno do maior expoente do iluminismo da época, o Maçom, Domingos Vandelli (seu provável iniciador) o mesmo que iniciou O Dr. José Álvares Maciel. No âmago das discussões e da evolução política, atuava discreta e secretamente a Maçonaria; aliás, como sempre foi de seu estilo, a que, afinal, era obrigada, como forma de sobrevivência. Segundo depoimento do Padre Manoel Rodrigues da Costa, Gonzaga pertencia ao “círculo dos iniciados no segredo”, juntamente com Maciel.
2) Cláudio Manoel da Costa – Dois dias após seu depoimento na Devassa, cometeu o suicídio ou foi assassinado? Era formado em Direito pela Universidade de Coimbra – Portugal. Como Advogado sabia que, para o crime de lesa-majestade, a pena era excepcionalmente cruel: esmagamento na roda dos ossos do réu vivo.
3) Inácio José de Alvarenga Peixoto – Formado em Direito pela Universidade de Coimbra – Portugal. No batizado de seus filhos, reuniu  todos os conspiradores,
4) José Álvares Maciel – Engenheiro Químico. Era Maçom, conforme as provas concretas existentes; e este fato permite provar que ela estava presente em Minas. Sabe-se porém, que a atuação da Maçonaria na Inconfidência foi discretíssima; teve um papel menor pois, a sociedade proibida dava os primeiros passos no Brasil. Era natural de Vila Rica –MG. Foi aluno excepcional, do mestre Domingos Vandelli, a quem se atribui a introdução da Maçonaria em Portugal. Maciel, como destacado aluno e colaborador de Domingos Vandelli, na Universidade de Coimbra, certamente por ele foi iniciado na Maçonaria. É preciso lembrar que a Maçonaria não tinha, à época, os fabulosos templos que hoje ostenta. Assim, as reuniões da sociedade tinham cunho ultra-secreto, sendo realizadas em qualquer local, no remanso da Paz, a portas fechadas, longe das vistas de profanos. Maciel ter-se-ia encontrado com José Joaquim da Maia em dezembro de 1787 na Universidade de Coimbra, logo após o encontro deste com Thomas Jefferson, embaixador dos EUA, na França. O fato de Maciel ser Maçom, foi revelado pelo seu confessor, que disse: Maciel reconvertera-se ao cristianismo, depois de passar pela fornalha da oficina da “Franco- Maçonaria”.
5) Francisco Antônio de Oliveira Lopes – ex Militar, tendo servido com TIRADENTES durante 6 anos. Era fazendeiro.
                                                                                   
6) Domingos de Abreu Vieira – Era português. Morava em Vila Rica; em sua casa reuniram-se e hospedaram-se por várias vezes, todos os principais  conspiradores, segundo sua confissão. Era compadre de TIRADENTES.
7) Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Guites – Passou à História como sinônimo de traição; Não era Maçom.
8) José Aires Gomes – Era o maior fazendeiro de Minas. Foi convencido por TIRADENTES de que receberiam apoio de potências estrangeiras.
 9) João Rodrigues de Macedo – Era português e primo de Domingos José Gomes, que o apresentou aos comerciantes Antônio Ribeiro de Avelar e Antônio Gonçalves Ledo (pai de Joaquim Gonçalves Ledo, maçom de tendências republicanas), foi generoso principalmente com os presos e condenados. A reunião principal e definitiva, ocorreu em sua residência. Vicente Vieira da Mota, em seu depoimento, deixou escapar que “ali eram realizadas reuniões maçônicas”.
10)    José de Rezende Costa e José de Rezende Costa Filho.
11)  Vicente Vieira da Mota – Era contador e governava a casa de João Rodrigues de Macedo.
12)    Luiz Vaz de Toledo Piza.
13)   Domingos Vidal de Barbosa Laje – Era médico, formado pela Faculdade de Montpelier, sendo iniciado na Maçonaria. Sua participação na Inconfidência começou na França, em 1787, quando encontrou os estudantes Brasileiros José Joaquim da Maia e Barbalho, e José Mariano Leal da Câmara Rangel de Gusmão. Joaquim da Maia foi o estudante que usando o pseudônimo “Vandeke”, encontrou-se com Tomás Jefferson. Domingos Vidal esteve presente a um dos encontros, de Maia com Jefferson.
14)   José Joaquim da Maia e Barbalho – Era maçom(pai e filho), inclusive sua missão , junto a Tomás Jefferson era exatamente por ele ser maçom:
                                                                       
          Continua ...


Peça de Arquitetura enviada por nosso venerável mestre Ailton de Oliveira
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