CAVALEIROS DO TEMPLO


Este blog tem como objetivo único, cooperar em leituras e estudos voltados para o segmento Maçônico, com textos de diversos autores e abordagens diferentes para um único tema.

Por Yrapoan Machado






segunda-feira, 11 de outubro de 2010

VIVA SÃO JOÃO !

A conquista em 1.291 de São João de Acre, último bastião cristão na Terra Santa, por parte dos muçulmanos, significou o início do ocaso das ordens militares e mais ainda para o Templo. Reinava em França Felipe IV, o Belo, conhecido pela história como “o rei de ferro”. Mau administrador e muito dilapidador, viu nos imensos tesouros templários uma fonte que lhe sustentaria no trono e, simultaneamente, anulado o poder temporal da Ordem, pensava ver reforçado o seu próprio poder real. Era a tarefa difícil, porém não impossível, e o caminho lógico era intervir através do papa, submetido praticamente à coroa francesa, e único superior dos cavaleiros do Templo.

Uma cadeia sem fim de acusações e montagens fraudulentas abateu-se sobre o Templo, e as pressões sobre o Papa e Reis por parte da corte francesa foram fatigantes. Até que, no dia 14 de setembro de 1.307, cumpriu-se a ordem real de arrestar e por à disposição da Inquisição os templários franceses.

Acusaram-lhes de renegar a Cristo, de todo tipo de obscenidades, de sodomia, de idolatria, e assim se confabulou um processo, que concluiu com a condenação, no átrio da catedral de Paris, do Grão-Mestre Jacques de Molay e seus cavaleiros. Estes fatos aconteceram em 18 de março de 1.314.

Naquela mesma tarde, o Grão-Mestre e outros trinta e seis cavaleiros da Ordem foram executados na fogueira. Clemente V, o Papa que não soube opor-se aos desejos reais franceses, morreu um mês depois que Molay. Oito meses depois, morria Felipe IV, em conseqüência de uma queda de cavalo. O chanceler francês, Nogaret, que instruiu e auspiciou o processo, teve similar fim. Esquieu de Froyran, que iniciou na corte aragonesa a cadeia de mentiras que serviu de base ao processo, caiu apunhalado. Todos os atores do drama templário caíram logo, e de forma pouco habitual, fechando assim a cortina da Grande Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo.

História Moderna
Depois da suspensão papal da Ordem, por Clemente V, através da Bula Vox in excelso, em 22 de março de 1312, os membros da Ordem continuam sobrevivendo em diversos países, sob denominações diferentes, aberta ou secretamente, de acordo com o poder e influência exercidos pela Igreja ou a simpatia dos soberanos daqueles territórios onde se encontraram. Em alguns Estados, como Espanha e Portugal, acolheram-se os Antigos Freires Templários em novas Ordens, como a de Montesa, Santiago (ambas em Espanha) ou a de Cristo (Portugal), ou em países como a Escócia, que por aquela época estava em guerra com a Inglaterra, a Bula papal nunca foi publicada nem executada.

A suposta sobrevivência secreta da Ordem se produzirá mediante a idéia de que o último Grão-Mestre, Jacques de Molay, haveria transmitido seus poderes a um Cavaleiro, Jean-Marc Larmènius (ou o Armênio), o qual teria redigido uma Carta (a chamada Carta de Larmènius), que foi assinada pelos grão-mestres secretos da Ordem sucessivos no tempo.

Essa eventual preservação em segredo termina quando, em março de 1705, o neto de Luis XIV, Philippe, Duque de Orleáns (mais tarde Regente do Reino de França) declara suceder a Jacques-Henry de Durfort como Mestre do Templo, pondo fim à existência "secreta" dos Templários, convocando em Versalhes, aos 11 de abril, um Capítulo Geral, que adotaria novos Estatutos e no qual o Duque seria reconhecido como Grão-Mestre.
A Carta de Transmissão de Larmènius, redigida em letra cifrada, seria a prova da sobrevivência Templária secreta depois de 1314.

A ORDEM DO TEMPLO DURANTE O SÉCULO XVIII


Com a posição pública do Duque de Orleans se inicia a restauração moderna da Ordem que continua até os dias atuais.

A sucessão de Grãos-Mestres (Philippe de Orleans morreria em 1723) é interrompida durante a Revolução Francesa. Claude-Mathieu Radix de Chevillon, regente durante a Revolução, rechaça assumir o papel de Grão-Mestre, que recairá sobre o podólogo Francês Bernard-Raymond Fabre-Palaprat, o último a firmar a Carta de Transmissão usando a letra cifrada, característica da mesma. Esta restauração é aprovada pelo novo imperador de França, Napoleão Bonaparte, que autoriza a Palaprat a organizar uma cerimônia solene em 1808, na Igreja de São Paulo e Santo Antônio, em memória de Jacques de Molay.

A partir de 1804, a Ordem estrutura-se e organiza-se como instituição cavaleiresca, assistencial, tolerante, tradicional e universal. Entre 1804 e 1808, a Ordem multiplica seus Priorados e Comendas por todo o império Napoleônico. Restaurados os Bourbons, Luis XVIII põe os Templários sob sua proteção real, temendo a possível influência política de alguns grupos, opositores da restauração monárquica. Mais tarde, os Templários franceses apóiam as insurreições de 1830 contra Carlos X, que pretendia o retorno do absolutismo, assim como as insurreições belgas contra o domínio holandês dos Orange-Nassau, que concluirá com a independência da Bélgica em 1831.

Em 18 de fevereiro de 1838, morre Fabre-Palaprat. Em 29 de maio desse mesmo ano, a Regência da Ordem é assumida pelo Conde de Mouton, católico, e o Capítulo Geral nomeia uma nova Comissão Executiva. Demais disso, aprova-se um novo Estatuto, que "renova a tradição cavaleiresca e a obediência à Igreja Católica".

Aos 11 de fevereiro de 1841, em Paris, os Templários tomam uma importante decisão: Os cristãos de qualquer confissão poderão formar parte da Ordem, mesmo que esta continue com sua religião oficial a católica, apostólica e romana.

Com a lei de 28 de julho de 1848, a Assembléia Constituinte francesa veta a atividade de todas as Ordens e todas as associações, porém, na mudança do clima político, com o segundo império, Napoleão III, em 1850, concede reconhecimento aos Templários. Com o decreto de 13 de junho de 1853, o Imperador autoriza-os a portar publicamente a insígnia da Ordem e, em 1857, o regente de Valleray restaura o uso da cruz patriarcal.

Na França, a Grão-Mestria é assumida em 1892, pelo poeta e escritor decadente Joseph Aimè Pèladan.

Em 11 de novembro de 1894, mantém em Bruxelas uma Convenção Geral, no curso da qual decide-se constituir uma Secretaria Internacional Templária. Não participam os Templários ingleses que, durante este período, aos 24 de janeiro daquele ano, confirmaram como Grão-Mestre Eduardo VII, Rei da Inglaterra e Imperador das Índias. Porém, a transferência da sede templária na Inglaterra não agradou à totalidade dos Templários.

Morto Eduardo VII em 1910, substitui-o como Grão-Mestre Guillermo II, Imperador da Alemanha. Ao final da primeira guerra mundial, Guillermo II renuncia, pelas oportunas razões, o cargo de Grão-Mestre.

Em 1915, constitui-se um Secretariado Internacional Templário, para a conservação da solidariedade e relações entre Templários de todo o mundo, com sede na Bélgica, e cinco anos mais tarde, procede à eleição do Conselho de Regência.

Ao 1º de outubro de 1933, em Louvain, o Grão-Priorado da Bélgica decide a reconstrução do Magistério da Ordem, em Bruxelas, tomando a regência Theodore Covias.

Em 18 de agosto de 1934, Emile-Isaac Vanderberg substituirá a Covias como Regente e Guardião da Ordem, dedicando-se à revitalização dos Priorados Templários na Europa.

Em novembro de 1942, por temor à repressão nacional-socialista contra as associações tradicionais, iniciáticas e cavaleirescas, durante a ocupação da Bélgica, Vanderberg envia os arquivos do Templo ao Porto, em Portugal, país neutro, aos cuidados do Conde Campelo Pinto Sousa Fontes, Grão-Prior de Portugal.

Terminado o conflito, Vanderberg solicita inutilmente a restauração dos arquivos a Sousa Fontes, o qual sustenta que a transmissão dos arquivos foi uma verdadeira e própria transmissão de poderes.

À morte acidental de Vanderberg, Sousa Fontes, “motu próprio”, autonomeia-se Regente. Alguns Priorados reconhecem sua autoridade, porém muitos outros a recusam.


 BIBLIOGRAFIA
Texto extraido do site Ordem dos Cavaleiro Templários Internacional

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