CAVALEIROS DO TEMPLO


Este blog tem como objetivo único, cooperar em leituras e estudos voltados para o segmento Maçônico, com textos de diversos autores e abordagens diferentes para um único tema.

Por Yrapoan Machado






segunda-feira, 21 de março de 2011

O RITO CRÍPTICO

Nenhum Rito da Maçonaria Livre conseguiu ser tão bem sucedido nos últimos anos como o conjunto de graus conhecidos como o Rito Críptico. O crescimento atingido tem sido importante de tal forma que atualmente um em cada dois Maçons do Arco Real é Maçom Críptico. A sua popularidade é bem merecida porque não existem graus mais belos e significativos em toda a Maçonaria Livre do que os conferidos num Conselho de Maçons Crípticos. A Maçonaria Livre é muito filosófica e ensina os seus ideais através de alegorias ou histórias. Esta filosofia é moralista e religiosa. Contudo, a Maçonaria Livre não é uma religião, ou um seu substituto. Um requisito para ser membro da Maçonaria Livre é a crença declarada em Deus e na vida eterna.
È imperativo que o candidato professe pessoalmente uma fé num Ser Supremo antes de tornar-se Maçom Livre. A Maçonaria Livre nunca tenta alterar as crenças de cada um. nem nos oferece uma teologia ou plano de salvação. Contudo, oferece um plano moral para ser aplicado neste mundo. Deixa ao Maçom a faculdade de tratar da sua salvação na próxima vida através da sua própria religião. Uma das razões para a popularidade dos Graus Crípticos é porque completam a história da alegoria maçônica. A “Palavra” representa na alegoria maçônica a busca pelo homem de objetivos para a vida e para a natureza de Deus. Simbolicamente, a Maçonaria Livre ensina, na Loja, como a Palavra se perdeu e sobre a esperança da sua recuperação. O Arco Real, no Capítulo, ensina como ela foi redescoberta. A Maçonaria Críptica, no Conselho, completa esta história ensinando como se preserva a Palavra inicial.

ORIGEM DOS GRAUS
Tal como em muitos dos graus maçónicos, as origens dos graus crípticos estão cobertas de mistério. Há cerca de 200 anos surgiram os graus de Mestre Real e Mestre Escolhido (chamados graus da Preservação) como se surgissem de lado nenhum. Leitores maçons viajantes através do Leste conferiram-nos a Maçons, enquanto empenhados na instrução dos obreiros da Loja e dos Companheiros do Capítulo. Até o Supremo Conselho do Rito Escocês incluiu o grau de Mestre Escolhido como um dos seus graus "separados". Mas estes belos graus não permaneceram separados por muito tempo. No estado de Connecticut nasceu o primeiro Grande Conselho em 1819. Na Virginia e na West Virginia os graus foram desenvolvidos nos Capítulos do Arco Real, onde ainda permanecem. Nos anos de 1870 um Grande Conselho Geral foi formado para os Estados Unidos. Hoje este Grande Conselho conta como associados a maioria dos Grandes Capítulos dos EUA bem como os da parte ocidental do Canadá e outros Estados fora do Continente americano.
                                                                                            
Até há poucos anos atrás, a Maçonaria Críptica não constituía requisito para ser membro dos Shriners ou duma Comenda de Cavaleiros Templários. Contudo, nos anos mais recentes um grande número de Grandes Comendas de Cavaleiros Templários tornaram os graus Crípticos um pré-requisito para as Ordens do Templo. Tornaram-se, assim, consequentemente um pré requisito do Rito de York para o Shrine. Parece existir uma tendência crescente para que esta política seja adotada por um número crescente de Comendas nos próximos anos.



A ABÓBADA E OS MISTÉRIOS
Todos os estudiosos da Bíblia e os arqueólogos conhecem as abóbadas ou crípticas sob o Templo do Rei Salomão. Duvidamos que os Graus Maçónicos tenham sido conferidos naquelas abóbadas. Contudo, tal lenda continua a persistir através da Maçonaria Livre. O autor Maçônico, Albert G. Mackey, escrevendo acerca da abóbada diz: " A Abóbada era, então, nos antigos mistérios símbolo de sepultura; para a iniciação era símbolo de morte, onde só a Divina Verdade pode ser encontrada. Os Maçons Livres adotaram a mesma idéia. Ensinam que a morte é apenas o princípio da Vida; que se o primeiro, ou o Templo evanescente da nossa vida transitória está à superfície, devemos descer à abóbada secreta da morte antes de encontrarmos a sagrada jazida da Verdade que adorna o nosso segundo Templo da Vida Eterna". Este ensinamento não é invulgar na Maçonaria Livre visto que os requisitos prévios para a iniciação incluem que se professe a crença em Deus e na vida eterna.


O USO DO NOME CRÍPTICO 
                                                                                       
Os graus do Rito de York são classificados em Simbólicos (Loja de Mestres Maçons). Capitulares (Capítulo de Maçons do Arco Real), Crípticos (Conselho de Maçons Crípticos), e Cavalheirescos (Comenda Templária). O Rito Críptico tem o seu nome derivado da palavra Críptica porque a cena dos graus de Mestre Real e Mestre Escolhido ocorre na Cripta subterrânea sob o Templo do Rei Salomão. A palavra críptica significa escondido, daqui a sua utilização na descrição destes graus. O último grau do Rito Críptico não é críptico porque não cumpre o requisito da cena se desenrolar na abóbada. Deve ser considerado como um grau apêndice do Rito Críptico que não possui conexão quer histórica ou simbólica com os de Mestre Real e Mestre Seleto, como veremos à frente.

O GRAU DE MESTRE REAL                                                                                
É o primeiro grau do Rito Críptico. Os Candidatos que recebem este grau ficam impressionados com a dignidade do ritual e com a relevância dos seus ensinamentos. Contém uma seção que é geralmente vista como uma peça relevante de trabalho ritual quando bem desempenhada projetando uma representação de grande simbolismo e conteúdo filosófico. A apresentação ritualística no grau explica os artigos contidos no Santo dos Santos do Templo do Rei Salomão, incluindo a Arca da Aliança. O conhecimento dos quais é essencial para aqueles que desejem compreender cabalmente os graus procedentes. As principais personagens nestes graus é Salomão e a sua corte.

O GRAU DE MESTRE ESCOLHIDO
                                                                                                         
O grau de Mestre Escolhido nem sempre esteve associado com o de Mestre Real. A maioria dos escritores atribui a Jeremy Cross, um leitor, autor e educador maçônico viajante do início do século XIX, ter combinado os dois graus num rito. Há fortes evidencias que apoiam a teoria de que o grau provém dum grau semelhante (6º grau) do Rito Escocês chamado Secretário Íntimo do Rei Salomão. Qualquer que seja a sua origem, a lenda deste grau é antiga. A cena deste grau situa-se na abóbada do Templo do Rei Salomão. Os acontecimentos que caracterizam o grau são suficientemente excitantes para lhe darem um grande interesse. A apresentação ritualística contém a história que "completa o Círculo de Perfeição" da Antiga Maçonaria.

O SUPER EXCELENTE MESTRE
                                      
Como foi dito, o grau de Super Excelente Mestre não é um grau da Críptica. Mas, está relacionado com os acontecimentos que conduziram à recuperação da Palavra perdida. Este belo grau fala-nos dum período da história em que todos os maçons livres estão interessados, que é o período que se segue à destruição do primeiro Templo. A essência do grau é pressagiada na apresentação pelo Viandante Principal no Arco Real quando faz a seguinte referencia: Sedecías, o último Rei de Judá, tinha vinte e um anos, quando subiu ao trono e reinou onze anos em Jerusalém. O seu comportamento desagradou ao Senhor, seu Deus. etc…".
                  
O grau de Super Excelente Mestre é um dos graus melhor delineados, mais tocantes e belos. Contém muitos ensinamentos para aplicarmos na nossa vida quotidiana. Numa representação de acontecimentos excitantes, as personagens bíblicas ganham vida representando o drama histórico da Bíblia Sagrada. Aqui Nabucodonosor ainda reina ; Sedecías experimenta os resultados da sua vida perversa e Ezequiel e Jeremias profetizam as promessas de Deus Todo Poderoso.

Observação:  Peça de Arquitetura  Publicada no Yorkie Vol.2 n.º1 (Setembro de 1998)
                                                             

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